Zootecnista formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (2011); Pós Graduado em Nutrição de Bovinos de Corte pela Faculdades Associadas de Uberada - FAZU (2016); Mestre em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (2020). Em 2012 ingressou no Grupo Mantiqueira onde ocupa atualmente o cargo de Coordenador de Nutrição de Ruminantes atuando nos três confinamentos e oito fazendas do grupo.
Fonte: Scot Consultoria
Nesta edição, Anderson Alex Panzera, zootecnista e palestrante do Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria, conversou conosco e falou sobre o uso de dieta total e seu impacto operacional no confinamento.
Anderson Alex Panzera é zootecnista formado pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (2011); pós graduado em Nutrição de Bovinos de Corte pela Faculdades Associadas de Uberada - FAZU (2016); mestre em zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa - UFV (2020). Em 2012 ingressou no Grupo Mantiqueira onde ocupa atualmente o cargo de coordenador de nutrição de ruminantes atuando nos três confinamentos e oito fazendas do grupo.
Scot Consultoria: O senhor poderia comentar um pouco sobre o tema de sua palestra em nosso Encontro? Qual a importância de um evento como o Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot para a pecuária nacional?
Anderson Panzera: É uma abordagem sobre o uso de dieta total e o impacto que trouxe para o operacional do confinamento. Além dos ganhos zootécnicos e econômicos, conseguimos melhorar e otimizar nosso tempo de operação. Como não haviam na literatura dados confiáveis sobre o impacto desse tipo de dieta em grandes operações, decidimos fazer esse trabalho, fundamentado em mensurações simples e sólidas que pudessem dar suporte às tomadas de decisão e direcionamento do projeto produtivo.
A maior importância do evento é a troca de experiência, saber o que está acontecendo no mercado, o que seus pares estão fazendo, melhorias nos processos dentro da operação, alternativas para melhoria contínua. Sabemos que é um evento com muitos patrocinadores, mas o diferencial maior, é não ter apelo comercial e sim técnico, e isso acaba motivando os pecuaristas e todos envolvidos na atividade, a participar.
Scot Consultoria: Quais os principais problemas enfrentados com o uso de dietas com alto teor energético? Quais os cuidados para evitar riscos de enfermidades metabólicas, como a acidose, em bovinos tratados com dietas totais em confinamento?
Anderson Panzera: Dieta balanceada, com uso de aditivos específicos e utilização de subprodutos, como por exemplo: caroço de algodão, torta de algodão, casca de soja e melaço de soja. Esses ingredientes, é que dão segurança na utilização desse tipo de dieta com alto valor energético.
Os principais cuidados são o monitoramento do carregamento dos ingredientes, os horários de trato e a assertividade do trato, carregar e fornecer o mais próximo possível da previsão. Acompanhar o consumo dos animais e fazer escore de fezes é muito importante também, assim sabemos se os animais estão correspondendo bem à dieta fornecida.
Scot Consultoria: Como funciona o monitoramento do consumo dos animais no confinamento de vocês? Qual a importância disso para o sucesso do uso de dietas totais?
Anderson Panzera: O monitoramento é feito através da automação do trato, que possibilita saber exatamente o que foi ofertado para os animais. Diariamente, é observada a curva de consumo dos lotes, assim sabemos como está o comportamento dos animais. A importância disso, é justamente controlar o fornecimento do trato e prevenir possíveis distúrbios metabólicos, além disso é uma informação para ajudar na escala de abate.
Scot Consultoria: O senhor poderia comentar um pouco sobre os fatores operacionais que são beneficiados com o uso de dietas totais e quais seus impactos na produtividade da propriedade rural?
Anderson Panzera: Com o uso da dieta total, o tempo total da operação do trato diminui em 31,26%, e o primeiro trato terminará quase 1 hora antes, otimizando o tempo dos colaboradores, menor desgaste de equipamento, com economia de diária de R$ 228,43/dia em óleo Diesel (26,25%).
Com o uso da dieta convencional, precisávamos de 1.162 ha de área de agricultura destinadas a produção de volumoso para atender a demanda do confinamento; com o uso da dieta total, conseguimos reduzir em 40% a área utilizada, o que trouxe um ganho operacional muito grande em relação à confecção de silagem de milho, melhorando a janela de produção e colheita, reduzindo as horas máquinas dentro do confinamento. Outro ganho operacional foi a melhora da assertividade do trato, passou de 97,33% de asserto para 98,28% de assertividade, em relação à previsão do trato.
Scot Consultoria: Na sua opinião em momentos de valorização dos insumos, como ocorre atualmente, o uso de dietas altamente concentradas ainda é uma alternativa viável?
Anderson Panzera: Os incrementos de custos ocorrem em todas as dietas, evidente que o impacto pode ser maior na dieta concentrada, assim sempre é necessário visitar o valor da sua dieta e analisar se a vantagem e viabilidade da mesma permanece.
No nosso caso, como foi feito um bom planejamento nutricional em relação à demanda de insumos utilizada durante o ano, sentimos menos o impacto do aumento dos insumos, mas como temos bem definido através do experimento realizado no confinamento utilizando a dieta total, sabemos até onde podemos ir, que mesmo assim será vantajosa a utilização da mesma. Vale lembrar que nosso objetivo primário era ter ganhos operacionais e empatar o financeiro e zootécnico em relação à dieta convencional, e no momento ainda estamos tendo vantagem, tanto no zootécnico como no financeiro e operacional, mesmo que a margem tenha diminuído em relação à dieta convencional.
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