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Scot Consultoria

Estratégias para produção de soja

Entrevista com o administrador e cientista da computação , Marcelo Hiroshi Hirakuri

Terça-feira, 6 de abril de 2021 - 18h00
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Marcelo Hirakuri é graduado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina e em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Londrina. Concluiu o mestrado também em Ciência da Computação pela Universidade Federal de São Carlos.

Foto: Shutterstock


Marcelo Hirakuri é graduado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina e em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Londrina. Concluiu o mestrado também em Ciência da Computação pela Universidade Federal de São Carlos.

Atualmente é analista de administração e economia rural da EMBRAPA Soja – Londrina-PR, com experiência em aspectos administrativos estratégicos, prospecção de demandas da cadeia produtiva e avaliação de impactos de tecnologias.

Scot Consultoria: O Brasil merece destaque mundial em relação à produção de soja. Quais são os fatores que favorecem a produção desse grão em nosso país? Comparado aos Estados Unidos, outro gigante produtor, há muita diferença tecnológica entre os sitemas de  produção?

Marcelo Hirakuri: O principal fator que favorece a produção de soja no Brasil é o binômio desenvolvimento tecnológico/terras aptas. O desenvolvimento tecnológico permitiu tanto a expansão da soja no Brasil Central, quanto a evolução da produtividade nacional, que é similar à produtividade alcançada pelos Estados Unidos.

Dito de outra forma, o nível tecnológico empregado pelos dois principais produtores de soja se equipara. Referente às terras aptas, o Brasil tem milhões de hectares de pastagens degradadas. Parte dessas áreas pode ser convertida em lavouras, adotando estratégias como sistemas integrados de produção e práticas racionais de manejo de solo.

Scot Consultoria: O Brasil, de uma forma geral, sofreu com o atraso no plantio da safra 2020/2021 e com uma alta precipitação na fase de desenvolvimento dos grãos. O quão prejudicial esse fato foi para a produção e qualidade dos grãos? Existe algum manejo mais específico para situações como essa?

Marcelo Hirakuri: O prejuízo ainda está sendo mensurado. O seu cálculo é difícil, pois a soja é produzida em todo o país e temos diferentes realidades.

Os órgãos estaduais estão atualizando mensalmente as estimativas de safra e nos próximos meses devemos ter uma noção dos prejuízos causados. Em regiões onde é comum ter alta precipitação durante o ciclo da soja, uma estratégia que pode ser adotada pelo produtor é utilizar cultivares mais resistentes ao excesso hídrico.

Além disso, uma vez que existem períodos mais críticos no desenvolvimento da planta, o produtor pode realizar um escalonamento de semeadura, de tal forma, que o período chuvoso coincida com o fase mais crítica desses cultivares com maior resistência ao excesso hídrico.

Scot Consultoria: Em meio às adversidades climáticas cada vez mais presentes, como se planejar a fim de atingir uma boa produtividade de soja e viabilizar o cultivo de uma segunda safra na mesma área?

Marcelo Hirakuri: Nas regiões que costumam enfrentar adversidades climáticas, o produtor deve integrar ferramentas, como o monitoramento climático, cultivares mais resistentes ao estresse hídrico e práticas conservacionistas de manejo de solo, adequadas à realidade local.

Scot Consultoria: Os sistemas integrados estão, cada vez mais, ganhando espaço no Brasil. Na sua opinião, quais os principais fatores que ainda devem ser melhorados para uma maior eficiência?

Marcelo Hirakuri: Para a ampliar a adoção de sistemas integrados, deve acontecer a validação local, que defina uma configuração mais adequada à realidade local, tanto do ponto de vista agroambiental quanto econômico.

Scot Consultoria: Na sua opinião, qual o potencial de uso do novo sistema de cultivo, chamado de "Antecipe", que foi desenvolvido e divulgado recentemente pela EMBRAPA?

Marcelo Hirakuri: A primeira vantagem é que a tecnologia possibilitará semear o milho safrinha em um período mais favorável para a cultura expressar seu potencial produtivo. Além disso, pode viabilizar um leve incremento de área ou, até mesmo, a introdução do milho safrinha em algumas regiões.

Ressalta-se, entretanto, que o sistema não deve ser utilizado inadequadamente, tentado aumentar a área do milho safrinha a todo custo. 


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