Ricardo Tortorella é diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA). Graduado em economia na Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestre em Finanças Públicas, fez pós-graduação na Boston College em Inovação e Empreendedorismo.
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Scot Consultoria: O Brasil tem potencial para alcançar a autossuficiência no mercado de fertilizantes?
Ricardo Tortorella: O Brasil produz apenas 15% dos insumos de fertilizantes daquilo que consome, os demais 85% são importados. Nosso país pode produzir mais internamente e ter melhor equilíbrio entre fabricação e importação, de maneira a depender menos do exterior. Porém, estudos atuais de mercado registram que, pelas próximas décadas, o Brasil não deve ser autossuficiente, dependendo do exterior, ainda que em menor proporção.
Scot Consultoria: Quais seriam os motivos de atrasos do Brasil por depender tanto de importações de fertilizantes?
Ricardo Tortorella: Não cabe à ANDA opinar sobre isso. Lembramos que o Governo Federal acaba de lançar o Plano Nacional de Fertilizantes, que tenta buscar mais equilíbrio entre produção nacional e importação. O assunto está sendo colocado como prioridade e questão de segurança alimentar.
Scot Consultoria: Acredita que o Plano Nacional de Fertilizantes será um ponto importante para redução das importações de fertilizantes?
Ricardo Tortorella: A ANDA acredita que o programa dará início a um novo e melhor equilíbrio entre produção nacional e importações, de modo que, em médio e em longo prazo, possamos reduzir a dependência externa.
Scot Consultoria: Quais são os impactos na sustentabilidade do agronegócio brasileiro relacionados ao uso de fertilizantes?
Ricardo Tortorella: Cada hectare com aplicação correta de adubos produz mais do que quatro hectares sem sua utilização. Ou seja, a produtividade é muito maior com o uso do fertilizante, que também reduz o consumo de água e energia e propicia menos desmatamento legal. Quanto mais o Brasil usar corretamente a adubação, mais sustentável seremos.
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