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Scot Consultoria

Utilização e expectativas do uso de DDGS no Brasil

Entrevista com o supervisor comercial da Inpasa Brasil, Rasiel Restelatto

Segunda-feira, 15 de julho de 2024 - 06h00
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Zootecnista formado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), mestre em produção animal na área de produção e adubação de forragens pela UTFPR. Doutor na área de produção e conservação de forragens pela Universidade Federal do Paraná. Durante o doutorado atuou como professor substituto no Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Concórdia e realizou Doutorado Sanduíche na University of Florida. Foi formulador e responsável técnico de uma fábrica de rações de ruminantes, e atuou como nutricionista em fazendas leiteiras na região Oeste de Santa Catarina. Atualmente é supervisor comercial do DDGS na Inpasa na região Sul do Brasil.

Foto: Bela Magrela


Scot Consultoria: A produção de etanol de milho, e a produção de DDG e DDGS (Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (DDGS)) têm crescido no Brasil nos últimos anos. Quais fatores estão impulsionando esse crescimento no setor?

Rasiel: A demanda de biocombustível ou combustível renovável é crescente em todo mundo, devido a vários motivos, dentre eles a diminuição dos gases de efeito estufa. Talvez você já tenha ouvido falar do SAF (Sustainable Aviation Fuel), também conhecido como combustível de aviação sustentável?  É um tema que está a todo vapor nas indústrias e refinarias e também na indústria aeroespacial. Este tema também pode ser mais um dos motivos desta crescente demanda na produção do etanol. O SAF pode ser considerado uma novidade sendo estudado para ser usado como substituto do combustível de aviação de petróleo em aeronaves. Segundo algumas pesquisas, o SAF pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em até 80,0% com base na emissão do ciclo da vida. Com essa demanda crescente de biocombustíveis a produção dos DDG e DDGS vem junto, e quem agradece é a cadeia produtiva de proteínas de origem animal. 

O DDGS Inpasa é uma excelente fonte de proteína, com diferenciado perfil de aminoácidos de alta digestibilidade, fonte de energia, alta concentração de macro e microminrais, destaque para o fósforo, excelente palatabilidade e livre de contaminantes (enxofre, antibióticos e antioxidantes). O DDGS Inpasa é um alimento pronto que se encaixa em várias categorias animais, tais como: bovinos de leite e corte, suínos, aves, peixes, pets, ovinos, equinos, etc.

Scot Consultoria: Além do milho, outros grãos, como o sorgo, têm ganhado destaque na produção de etanol. Quais são as principais diferenças nutricionais, econômicas e de processos entre os DDGSs de milho e de sorgo? Como você enxerga a demanda pelo sorgo podendo impactar o mercado brasileiro e a produção de milho?

Rasiel: Estamos sempre estudando novas possibilidades, e neste contexto, diferentes possibilidades de culturas de segunda safra, com foco, principalmente, em regiões em que só se cultiva uma safra e, também, em anos em que as janelas de cultivo são mais curtas e acabam inviabilizando o cultivo do milho. Dessa forma o sorgo é, sem dúvida, uma alternativa muito promissora.

Scot Consultoria: Hoje, a bovinocultura é o principal destino do DDGS no Brasil? Quais são os benefícios específicos do DDGS para o ruminante? O que falta, na sua opinião, para o DDGS passar a atender com maior relevância o setor de monogástricos?

Rasiel:  O DDGS pode ser utilizado para várias espécies, e os ruminantes demandam uma quantidade significativa do DDGS no país, assim como os principais players brasileiros produtores de aves e suínos.

Os principais motivos do DDGS se encaixar muito bem na dieta dos bovinos são: 60,0% da proteína bruta é PNDR (proteína não degradável no rúmen), também conhecida como proteína by pass; teor de extrato etéreo ajustado para garantir elevadas inclusões e consumo voluntário às formulações, fibra de alta digestibilidade, elevada concentração de macro e microminerais, destaque para o fósforo, livre de contaminantes, de excelente palatabilidade e aceitação pelos animais.

Scot Consultoria: A exportação de DDG tem sido bastante discutida. A Inpasa já exporta DDG? Quais são os principais destinos dessa exportação? Há alguma diferença com relação ao produto que atende ao mercado interno?

Rasiel:  A Inpasa exporta o DDGS há mais de anos para cinco continentes e mais de 20 países. O produto que vai para exportação tem a mesma especificação do comercializado no mercado interno.

Scot Consultoria: Considerando sua participação na primeira rota da pesquisa expedicionária Confina Brasil, o que você destacaria das visitas que realizou para os confinadores que nos acompanham?

Rasiel: Primeiramente gostaria de parabenizar a Scot Consultoria por essa iniciativa e pela forma como foram organizadas as visitas juntamente com o time de parceiros. Parabéns! Foram dias intensos, acordando cedinho e dormindo tarde, mas valeu a pena cada minuto. Muitas amizades e novos contatos, trocas de experiências fantásticas e muito aprendizado. Agradecer também aos pecuaristas que abriram a porteira e dedicaram o precioso tempo deles para nos mostrar as fazendas, os números das fazendas e proporcionar excelentes momentos de aprendizado e troca de experiências, e melhor ainda, com exemplos reais que são vivenciados no dia a dia de uma fazenda. Parabéns e desejo ainda mais sucesso.

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