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Scot Consultoria

Vale se prepara para dominar mercado de fertilizante no País


Segunda-feira, 18 de janeiro de 2010 - 09h23

A Vale est prestes a se firmar como a maior produtora brasileira de fertilizantes e tornar o insumo o terceiro produto no seu portflio de negcios. A consolidao da companhia como gigante desse setor deve se dar por meio da compra de ativos da Bunge no segmento de adubos, o que pode ocorrer j nos prximos dias. O acordo avaliado pela prpria Vale em at US$3,8 bilhes inclui a participao de 42,3% da Fosfertil. O portflio total de ativos compreende minas de rocha fosftica e unidades de produo de fertilizantes intermedirios com base em fsforo (fosfatados) e nitrognio (nitrato de amnio e ureia), afirmou Fabio de Oliveira Barbosa, diretor executivo de Relaes com Investidores da Vale, em comunicado ao mercado. A compra da Fosfertil seria uma retomada do controle da empresa que j pertenceu Vale. Em 2003, a mineradora vendeu a sua participao na companhia para a Bunge por R$240 milhes. A negociao com a multinacional norte-americana ocorre aps a empresa investir US$850 milhes no ltimo ano com a compra de ativos de potssio na Argentina e Canad e de analisar a compra da Mosaic, controlada da Cargill, e da Cibrafrtil, do grupo Paranapanema. Os planos j divulgados pela Vale para o setor apontavam para uma produo de rocha fosftica de 6,6 milhes de toneladas at 2014. Se confirmada a aquisio dos ativos, esses 6,6 milhes de toneladas se somariam s 11 milhes de toneladas produzidas atualmente pela Fosfertil. No Brasil, a Vale j explora potssio na mina de Taquari-Vasssouras, em Sergipe. Nos nove primeiros meses de 2009, a produo local cresceu 5,1%, alcanando 531 mil toneladas. No exterior, a companhia comea a explorar em julho uma mina de fosfato em Bayvar, no norte do Peru, na qual projeta-se uma produo de 3,9 milhes de toneladas. Luiz Iani, economista e scio-gestor da DLM Invista, destaca que a estrutura de capital forte e o portflio concentrado da Vale convergiram para a provvel consolidao do negcio. Essa operao significa que a Vale est vindo para ser um player global de fertilizante, avanando no movimento de consolidao do setor, avalia. Em cinco anos, o segmento de fertilizantes deve ser o maior dentro da empresa, atrs de minrio e nquel, afirma Iane. No processo de expanso da empresa, Iane no descarta novas aquisies. A Vale poderia disputar com a Associao dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA-Brasil) a aquisio da Copebras, empresa do grupo Anglo American que em seu plano de reestruturao incluiu a venda da companhia. A entidade formada por um grupo de 70 misturadores j tentou fazer uma oferta empresa, mas ainda no obteve resposta. J a idia da compra da Mosaic afastada devido ao alto valor de mercado da companhia, avaliada em US$27 bilhes. A retomada do controle da maior produtora de fertilizantes do Brasil estratgica no s para a Vale como para o Pas e deve ser incentivada pelo governo, que busca a autossuficincia em adubos - hoje, o Brasil importa cerca de 80% da sua necessidade. No ano passado, a empresa foi pressionada pelo governo a apresentar um cronograma de explorao de jazidas de fertilizantes. Na ocasio Reinhold Stephanes, ministro da Agricultura, chegou a afirmar: Ou a Vale trata disso, ou abre mo da explorao. A interveno do governo pode se dar de forma direta j que a Previ, o fundo de penso do Banco do Brasil, o maior acionista da Vale, que tem ainda o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) como investidor. O BNDES, inclusive, est desde 2000 sem receber pedidos de financiamento de empresas de fertilizantes e justamente agora se prepara para voltar a emprestar ao setor. A movimentao da companhia para ampliar sua participao no segmento e aumentar a produo de adubos no Pas deve repercutir no novo marco regulatrio, que dever ser apresentado em maro. O objetivo do marco estimular a produo de fertilizantes no Brasil e obter a autossuficincia nos prximos dez anos. O mercado tambm deve estimular o aumento da produo. Aps um ano inteiro de queda, os preos voltaram a subir em janeiro e o mercado internacional comea a reagir, disse Rafael de Lima Filho, da Scot Consultoria. Fonte: DCI. Agronegcios. Por Priscila Machado. 18 de janeiro de 2010.
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