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Scot Consultoria

Fertilizantes devem terminar o ano com preços pela metade


Segunda-feira, 30 de novembro de 2009 - 10h01

A queda da demanda e a variação do dólar continuam pressionando as cotações dos fertilizantes e alguns produtos já são vendidos pela metade do preço com que iniciaram o ano. O último fôlego para a comercialização nos próximos meses seria as vendas para a safra de verão, que foram postergadas e ficaram concentradas neste semestre, no entanto, o comportamento dos preços em novembro aponta fundamentos enfraquecidos e cotações recuando para patamares registrados em 2007. As maiores quedas são registradas para a uréia. Motivo de comemoração para os pecuaristas que usam o insumo para adubar as pastagens. De acordo com Rafael Lima Filho, consultor da Scot Consultoria, para o pecuarista, seja de corte ou de leite, apesar da queda dos preços nos últimos meses, o poder de compra em relação ao insumo melhorou consideravelmente. “A uréia agrícola que chegou a custar R$1.700 a tonelada no final de 2008, hoje está cotada a R$900 a tonelada. Uma queda de 47% em doze meses. Vale destacar que é possível encontrar o produto por até R$600 a tonelada, dependendo do estoque da empresa e da quantidade requerida”, salientou o consultor. Além da uréia, outros fertilizantes de grande importância para a produção agrícola apresentam uma expressiva desvalorização. Desde janeiro o preço do cloreto de potássio granulado caiu de R$1.850 a tonelada para R$1.300, o supersimples de R$723 para R$445 e a amônia de R$770 para R$575. Segundo Lima, os negócios com fertilizantes para atender a safra 2009/2010 têm uma janela curta e devem ocorrer até meados de dezembro. “Desta forma, a expectativa é de preços menores até pelo menos o ano que vem, quando começa a procura para o plantio da safrinha”, afirmou o consultor da Scot. A retomada pode demorar mais que o previsto. O enfraquecimento da crise econômica deve restabelecer a sazonalidade nas vendas do segmento, resultando numa recuperação dos preços dos fertilizantes apenas no segundo semestre de 2010. Para Alexandro Alves, assessor técnico da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), responsável pela área de fertilizantes, no próximo ano as compras de fertilizantes devem voltar a se concentrarem a partir de agosto. “O que a gente observa é o produtor bastante cauteloso nesse aspecto, estudando mais o mercado”, disse Alves. “Em 2009 os grandes produtores procuraram se antecipar, fazendo aquisições no início do ano, mas viram que compraram mais caro e no segundo semestre o preço ficou melhor”, avalia. “A tendência é com o fim da crise e a retomada de crédito o mercado passe a assistir a volta da sazonalidade, com o produtor ainda mais precavido”, completou. Além de preços melhores, os agricultores estão cada vez mais buscando alternativas para negociar a aquisição de insumos. A Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado de Santa Catarina. (Fecoagro) decidiu ampliar o mercado de atuação da sua Unidade Misturadora de Fertilizantes e, em parceria com uma empresa espanhola, passará a produzir fertilizantes diferenciados. Com a adição do produto K 30, o grupo de 11 cooperativas lançou este mês uma linha de adubos, Fertimais, que promete oferecer uma alternativa de maior aproveitamento dos nutrientes dos fertilizantes comuns, reduzindo o consumo e aumentando a produtividade. Segundo a Fecoagro, embora com características eminentemente técnica, portanto, necessitando de maior detalhamento funcional por parte dos profissionais das cooperativas, é assegurado que esse produto irá beneficiar o agricultor que passar a utilizá-lo. Inicialmente os produtos são de uso exclusivo, mas a Fecoagro já fala em expandir a produção para que outras empresas do setor também adotem o sistema. Este ano, a Fecoagro implementou uma indústria própria de fertilizantes que tem conseguido regular os preços dos adubos na região, forçando que outras empresas a nivelarem seus preços com aqueles praticados pelas cooperativas. Também em 2009, a Fecoagro recebeu o registro de sua marca e dos formulados de adubos do Ministério da Agricultura do Paraguai, e passou a exportar seus produtos para o país vizinho. Fonte: DCI. 30 de novembro de 2009.
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