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Scot Consultoria

Preço do etanol sobe 15% em 3 dias e recuo deve ser adiado


Segunda-feira, 12 de abril de 2010 - 16h26

A alta nos preços do etanol, de em média 15,5% registrada nas bombas de São Paulo apenas nos três primeiros dias da semana passada, não deve evoluir, mas o consumidor só sentirá o efeito de retração daqui a pelo menos duas semanas. Para Anísio Tormena, presidente da Assosiação dos Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), o valor do etanol deve se estabilizar entre R$1,35 e R$1,40. Segundo Tarcilo Ricardo Rodrigues, diretor comercial da Bioagencia - Agência de Fomento de Energia de Biomassa - os aumentos nos preços são fruto de uma oscilação momentânea. “Subiu até a última quarta e na quinta já caiu um pouco. Em algumas semanas os preços devem se equalizar”, afirma. Estudo da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostra que na sexta-feira passada, o valor do produto recuou em 21 estados e subiu em 4, inclusive no Distrito Federal. Os preços nos postos, segundo a Agência, recuaram 0,91% em São Paulo e 3,84% em Mato Grosso. Já no Rio de Janeiro, os preços caíram 6,11% e em Mato Grosso do Sul recuaram 3,14%. O preço médio em São Paulo ficou em R$1,409 por litro ante R$1,422 na semana anterior, de acordo com a ANP. O valor mínimo para o biocombustível foi R$1,149 por litro no Estado de São Paulo e no Paraná, o preço médio ficou em R$1,394, ante R$1,433 na semana retrasada. A ANP divulgou ainda que se comparado à média do preço da gasolina no País, que foi de R$2,559 por litro, o preço do etanol está 7,03% abaixo do ponto de equilíbrio com o da gasolina, o que torna o etanol mais competitivo no preço médio. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) informou que não falta etanol na região do estado de São Paulo, mas podem ocorrer eventuais dificuldades para a chegada do produto aos postos devido a questões logísticas, sob controle das distribuidoras e que nada tem a ver com a disponibilidade do produto nas usinas. “Se o produto não é entregue pelas distribuidoras é porque o mesmo não é adquirido por elas em volumes que permitam manter os postos devidamente abastecidos”, diz em comunicado. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços do biocombustível vinham sofrendo quedas semanais ao longo dos dois últimos meses. O Centro justifica o avanço nos preços devido ao aumento da demanda, puxada pelo feriado da Sexta-Feira Santa e pela recuperação da vantagem econômica do etanol em relação à gasolina. Para o Cepea, as chuvas em algumas regiões também contribuíram para o aumento, já que diminuíram o ritmo da moagem. Para Rodrigues, da Bioagência, o período chuvoso do fim de março e início de abril é considerado normal dentro do processo de transição de uma safra para outra. Segundo o diretor, algumas usinas operam com estoque e atendem parte do mercado, enquanto outras estão iniciando a produção, que pode ser comprometida com as chuvas. “Os clientes passam a procurar as usinas com estoque, aumenta a demanda e os preços. Produto tem no mercado. Onde os preços vão parar é o ponto mais importante”, pondera. Para a Unica, o avanço nos preços se explica também pela ausência de tanques para estocagem nas distribuidoras, já que cerca de 90% da estrutura brasileira pertence às mesmas. “Sem condições de estocar etanol, as distribuidoras adotam estratégias de compra de pequenos volumes, e encontram dificuldades para manter os postos abastecidos, particularmente em períodos que antecedem ou vêm depois de feriados prolongados.” Tormena explicou que a maioria das usinas da região Centro Sul estão entrando em operação agora e que a comercialização do etanol tem sido da mão para a boca. Em Maringá, segundo o presidente, os preços chegaram ao mínimo de R$1,09, na última semana de março e início de abril. “Hoje o consumidor tem pago em média R$1,40 e R$1,50.” Para Alcides Torres, consultor da Scot Consultoria, a chuva neste período não tem como atrapalhar a colheita porque a safra ainda não começou. “O corte é esperado para fim de abril, maio”, diz. Tormena acrescentou que os preços não podem subindo mais para não perder competitividade com outros combustíveis. Fonte: DCI. Agronegócios. Por Alécia Pontes. 12 de abril de 2010.
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