Contrariando previsões feitas há dez anos, as exportações de produtos lácteos cresceram 1.033,6% de 2000 a 2006. Os embarques, principalmente de leite em pó, aumentaram 10,6 vezes, segundo o diretor da Scot Consultoria, Maurício Palma Nogueira. “O leite segue a mesma trilha da carne bovina no mercado internacional”, avalia e cita a evolução do faturamento das exportações, no mesmo período, de US$13,4 milhões para US$138,5 milhões.
Em março, a cotação média do leite em pó brasileiro no mercado externo foi de US$2,64 mil/tonelada, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). “É possível que a partir deste mês esse valor supere US$3 mil, mas, ainda assim, será 25% abaixo da cotação média da tonelada do produto da Oceania, que oscilou de US$3,9 mil a US$4,1 mil na última semana de abril, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na Europa, chegou a US$4,9 mil/tonelada.
Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgado dia 2, informa que o volume de leite captado pelas empresas em março caiu 7,9% por causa da entressafra. O preço médio pago ao produtor no mesmo mês, referente ao volume entregue em março, cresceu 3,98% na média dos sete Estados pesquisadas pelo Cepea - na média, o preço ao produtor foi de R$0,5421/litro.
Segundo Nogueira, embora não haja consenso sobre o tamanho da produção de leite do País, o volume anual ofertado tem crescido. “A captação de leite no mercado formal aumentou 56% em 10 anos”, diz ele, citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2006.
Fonte: O Estado de S. Paulo. Suplemento Agrícola. 9 de maio de 2007.