Para analistas, compra da Swift é positiva para JBS-Friboi

As ações da JBS-Friboi, maior produtora e exportadora de carne bovina da América Latina, chegaram a subir mais de 5% nesta terça-feira, depois do anúncio da compra da norte-americana Swift & Co. por US$1,4 bilhão. No decorrer dos negócios na Bolsa de Valores de São Paulo, contudo, as ações da Friboi desaceleravam a alta, embora analistas tenham visto a aquisição como positiva. "A Friboi está expandindo e foi uma boa oportunidade de se tornar a maior processadora de carne do mundo", disse o analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, em Bebedouro, interior de São Paulo. "Apesar dos resultados decepcionantes, a Swift possui grande presença nos Estados Unidos... A Friboi não possui experiência no rentável mercado de suínos, mas deve usar a habilidade administrativa da Swift e manter esse lado do negócio", acrescentou. Às 13h11, as ações da Friboi eram negociadas com alta de 1,5%, para R$7,42, enquanto o Ibovespa tinha queda de 0,67%. Na máxima do dia, os papéis registraram valorização de 5,3%. A JBS vai pagar US$225 milhões em dinheiro pelas ações da Swift em poder da HM Capital, controladora da empresa norte-americana desde 2002, e vai assumir US$1,2 bilhão em dívidas da companhia e despesas relacionadas à transação. Um analista de uma corretora nacional que preferiu não ser identificado disse que o acordo é positivo, já que aumenta "bastante a capacidade produtiva" da JBS-Friboi. "As duas empresas devem conseguir sinergias e redução de custos. Acho que vai ser possível melhorar a margem da Swift", observou. A JBS-Friboi teve geração de caixa medida pelo Ebitda de R$156,2 milhões no primeiro trimestre, alta de 28,4% frente ao mesmo período de 2006. Já a receita líquida no período foi de R$1,086 bilhão, aumento de 22,6% contra igual intervalo do ano passado. O lucro líquido, porém, caiu quase 70% na mesma base de comparação, para R$10,6 milhões. Novata na Bolsa Os papéis da JBS-Friboi estrearam na Bovespa há exatos dois meses ao preço de R$8,00 por ação. O valor máximo atingido pelo papel até hoje foi R$8,05, em 8 de maio. O preço da ação na oferta ficou abaixo do estimado pelos coordenadores da operação, que esperavam que a ação saísse entre R$9,00 e R$13,00. O analista que pediu anonimato disse que a empresa teve sua precificação alta quando comparada a outras companhias do setor. "Agora o preço atual está em linha com Sadia e Perdigão, mas deve melhorar depois dessa aquisição." A JBS-Friboi havia informado no prospecto da oferta pública que o objetivo principal com a operação era levantar recursos para expansão, tanto por meio de aquisições como através de investimentos no aumento da capacidade das atuais unidades. A companhia captou R$1,6 bilhão com a venda de ações, sendo que cerca de três quartos desse montante referem-se à oferta primária, ou seja, foram para o caixa da empresa. Fonte: Agência Reuters. Por Juliana Siqueira, com reportagem adicional de Peter Blackburn. 29 de maio de 2007.