Indústria de carne reduz projeção de exportação

O Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) revisou para baixo a projeção de exportação em 2009. Baseado nos entraves atuais, o diretor executivo da entidade, Zilmar Moussalle, descarta a possibilidade de atingir as 90 mil toneladas estimadas para o ano. Mantida a atual média, segundo o dirigente, seria possível alcançar aproximadamente 80 mil toneladas. A retração está atrelada ao dólar baixo em relação ao real, que diminui a competitividade da carne brasileira frente a concorrentes como a Argentina e o Uruguai. O quadro deve-se ainda ao fraco comércio com a União Europeia, em função de exigências de rastreabilidade, além de Chile e Rússia, que diminuíram o consumo desde a crise financeira mundial. Em 2008, o Estado exportou 91 mil toneladas. Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) reforçam a perspectiva gaúcha. Entre janeiro e outubro, o Rio Grande do Sul exportou 72 mil toneladas de carne bovina de um total de 1,61 milhão de toneladas embarcadas pelo país. Com isso, a participação do Estado sobre o volume nacional ficou em 4,5%, levemente abaixo dos 4,77% registrados no mesmo período do ano passado, analisa Maria Gabriela Tonini, da Scot Consultoria. Com as limitações comerciais, a saída tem sido atender o mercado interno, embora os preços domésticos tenham caído com o aumento de oferta. O período de maior volume de animais para abate - foram 150 mil cabeças a mais no mercado entre agosto e setembro - ajudou a manter os valores em baixa. Segundo analistas, parte deste recuo das cotações, que chega a 24% ao pecuarista desde dezembro de 2008, já seria fruto da nova administração de plantas arrendadas recentemente pelo Marfrig no Estado. Fonte: Correio do povo. 16 de novembro de 2009
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