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Scot Consultoria

Entre boi e cana, ganha o mais eficiente


Segunda-feira, 17 de setembro de 2007 - 16h59

O avanço da cana-de-açúcar em área atualmente ocupada pela pecuária poderá trazer vantagens à produção de leite e carnes no Brasil, segundo levantamento feito pela Scot Consultoria. O estudo mostra que em 30 anos, até 80% dos pecuaristas deixarão essa atividade por causa da baixa rentabilidade. Aqueles que permanecerem, no entanto, obterão resultado melhor porque a produtividade média das duas atividades terá que melhorar. "Só deverão permanecer nessa atividade os produtores que investirem fortemente em tecnologia", acredita Maurício Palma Nogueira, analista da Scot Consultoria. De acordo com levantamento da empresa, em Goiás, o proprietário agrícola que arrenda suas terras para cana-de-açúcar tem uma receita média por hectare de R$420,00 por ano. Para um pecuarista de leite conseguir uma renda superior a isso, precisa usar alta tecnologia, ou seja, deixar de produzir, em média 1,1 mil litros por ano por hectare (para um ganho de R$136,00) e atingir o nível de 25 mil litros anuais no mesmo espaço (e um ganho de R$750,00 por hectare). No caso do produtor de bovinos de corte, precisaria passar de uma produtividade média de 200 quilos de animal vivo por ano por hectare (para um lucro médio de R$80,00) e chegar a 600 a 800 quilos no mesmo espaço (e lucro de R$600,00 por hectare). Nogueira diz que a decisão de arrendar ou não a propriedade para o cultivo da cana depende de diversos fatores: atividade principal do proprietário, disponibilidade de capital para investimento, endividamento, e opção estratégica. Segundo ele, a mudança que se dá com a instalação da cana-de-açúcar em uma região é que o parâmetro deixa de ser a unidade produzida para ser a área. Na avaliação do especialista, essa mudança tende a estimular a busca por tecnologia de ponta. Ele lembra que, no caso do leite, as bonificações por qualidade - advindas dessa melhora na tecnologia - variam entre 8% a 12%. Nogueira diz que a pecuária de corte poderá migrar para a região Norte, como já vem ocorrendo, mas no caso da leiteira, não. "O consumidor e os portos precisam estar próximos. Além disso, no caso do leite, onde predomina a agricultura familiar, é preciso que a atividade fique em "áreas antigas", onde existe uma quantidade maior de pequenos produtores. Fonte: Gazeta Mercantil. Agronegócios. Por Neila Baldi. 17 de setembro de 2007.
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