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Scot Consultoria

Ações do Minerva disparam com o “assédio” do Marfrig


Terça-feira, 16 de março de 2010 - 13h17

O frigorífico Minerva é alvo de disputa entre as gigantes JBS-Friboi e Marfrig Alimentos. De acordo com a versão de ontem do relatório reservado, a Marfrig teria saído na frente e sinalizado uma transação de compra da ordem de R$1 bilhão. Segundo fontes do mercado, a Marfrig teria ainda firmado um acordo de exclusividade de 90 dias com o Minerva. A notícia mexeu com as ações do Minerva na bolsa. Durante o pregão, os papéis chegaram a avançar 8,92%, cotadas a R$7,08. O volume financeiro superava de R$11 milhões, acima do normalmente movimentado pela ação. No fechamento dos negócios, as ações fecharam com alta de 8%, cotadas a R$7,02. Para analistas de mercado, os rumores envolvendo o Minerva e a suposta oferta feita pela JBS ecoavam há mais de um mês. Segundo Lígia Pimentel, analista e da Scot Consultoria, caso se concretize a fusão com a Marfrig, esta passa a abocanhar grande parte da capacidade brasileira de abate. Levantamento da Scot aponta que a Marfrig opera 10,8% dessa capacidade nacional e o Minerva, 3,2%. “A somatória das duas colocaria a Marfrig quase que lado a lado com a JBS, já que esta responde por 19% do potencial de abate do País”, afirma. De acordo com Pimentel, algumas regiões onde a Marfrig e a Minerva disputam mercado, como São Paulo e Goiás, sofreriam com a concentração do setor nas mãos de uma empresa consolidada. “Ficaria mais difícil para o pecuarista. Ele perderia o poder de barganha”, diz. Por outro lado, para a analista, o mercado contaria com padronização de produto e também com mais qualidade. Procuradas pelo DCI, Minerva, JBS e Marfrig negaram que estejam negociando qualquer tipo de acordo de compra e venda. “O Minerva é um dos únicos grandes frigoríficos que restaram depois da crise do setor no ano passado e o mercado acredita que ele pode ser alvo de aquisição”, disse Caue Pinheiro, analista da SLW Corretora. “Mesmo que as empresas neguem a possibilidade de acordo, está na cabeça do investidor que o Minerva é alvo de aquisição”, acrescenta. No início do mês o Minerva informou lucro de R$17,5 milhões no quarto trimestre, revertendo um prejuízo de R$180 milhões registrados no mesmo período do ano passado. As vendas líquidas subiram 23%, para R$2,6 bilhões. Já o JBS registrou alta de 23%, para R$34,3 bilhões. Ao final de março, a Marfrig divulgou comunicado ao mercado informando que negociava com o Grupo Globoaves a aquisição ou o arrendamento de duas unidades frigoríficas de pequeno porte destinadas ao abate de frango caipira e pato, o que inclui os negócios de frango caipira, com a marca Nhô Bento e de pato, com a marca Germânia. O objetivo do negócio seria diversificar a gama de produtos da Seara, adquirida pela Marfrig em setembro do ano passado. Laep O setor de leite também é alvo de consolidação no Brasil. Com o anúncio da futura aquisição da Parmalat pelo GP Investimentos, um dos maiores fundos de private equity do País, as ações da Laep, controladora da marca, dispararam. Durante o pregão de ontem, os papéis da empresa apresentavam um aumento de 12,73%, sendo negociados a R$1,86. No fechamento dos negócios, as ações da Laep fecharam em alta de 4,84%, a R$1,73. O negócio prevê a formação de um consórcio operacional entre a Leitbom, da GP, e a maior parte dos ativos da Parmalat, incluindo as três fábricas da Glória e da Ibituruna. O GP vai assumir o controle do novo negócio. Em troca, a Laep deve receber uma participação de 40% da empresa originada pela união de Parmalat e Leitbom. O GP fica com os outros 60%. Ambas as empresas negam que o negócio preveja pura e simplesmente a aquisição da Parmalat pelo GP. A preocupação dos executivos do fundo de private equity é não herdar as dívidas da Laep, a controladora da Parmalat, que está em recuperação judicial. A Laep enfrenta problemas com dívidas desde a abertura de seu capital, realizado em 2007. “(A intenção) é formar entre as consorciadas um dos maiores parques fabris de lácteos, além de permitir a maior eficiência em toda a cadeia produtiva, potencializando as marcas hoje operadas pelas companhias consorciadas”, diz a Laep em nota. Fonte: Jornal DCI. Agronegócios. Por Alécia Pontes/Bloomberg. 16 de março de 2010.
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