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Scot Consultoria

Balança comercial de lácteos tem saldo de US$26 milhões


Quarta-feira, 2 de abril de 2008 - 18h00

Pela primeira vez, em oito anos, a balança comercial dos lácteos registra saldo positivo no bimestre janeiro-fevereiro, mostra levantamento elaborado pela Scot Consultoria. No primeiro bimestre deste ano (último dado disponível), as exportações de lácteos somaram US$57,740 milhões enquanto as importações ficaram em US$32,020 milhões. O saldo resultante foi de US$25,719 bilhões. No mesmo período do ano passado, o saldo foi negativo em US$6,303 milhões, segundo os números da Secex, compilados pela Scot. Em 2000, início do levantamento da consultoria, o saldo da balança de lácteos era negativo em US$73,046 milhões. "A demanda internacional continua forte e o preço do leite em pó está valorizado", diz Cristiane Turco, analista da Scot. Assim, nem o real em alta ante o dólar, fator que poderia desestimular as exportações, afeta as vendas externas de lácteos. "Como os preços do leite no mercado internacional estão hoje em níveis 100% maiores que os valores históricos, acabam corrigindo a alta do real", observa Rodrigo Alvim, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No fim do primeiro semestre de 2007, os preços internacionais do leite em pó alcançaram US$5.700 por tonelada na Europa - a média histórica sempre ficou na casa dos US$2 mil. Caíram no segundo semestre e bateram em US$3.300, mas já reagem estimulados pela demanda forte num quadro de oferta mais apertada. Hoje, na Europa, as cotações variam entre US$4.500 e US$4.750, segundo a Scot. "O mercado mudou. Se o cenário atual permanecer, nos próximos dois a três anos, os preços internacionais devem ficar nos patamares de US$3.800 a US$4.500 por tonelada", estima Alvim. O que levou à mudança dos patamares de preços foi não apenas a maior procura em países como China e Índia, mas também a menor oferta em importantes produtores. A demanda por leite no mundo cresce entre 3,5% e 4%, conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), mas a produção não acompanha o ritmo. No ano passado, por exemplo, a produção de leite caiu 9% na Austrália, que tem 10% do mercado internacional, e deve voltar a recuar este ano, diz o dirigente da CNA. Já a União Européia "tirou o foco das exportações e se voltou para o mercado intrabloco" após a a ampliação. Para piorar, a produção caiu 10% na Argentina e está estagnada na Nova Zelândia. No Brasil, cujo desempenho recente indica potencial de crescimento nas exportações, a produção subiu 9,8%, para 18,3 bilhões de litros de leite inspecionado em 2007, segundo Alvim. A expectativa - e torcida - do representante da CNA é que o mercado internacional de lácteos se mantenha firme e que não seja afetado pela crise americana. A demanda forte também no mercado interno valoriza os preços pagos aos produtores brasileiros. De acordo com levantamento da Scot, o produtor recebeu em março - pelo leite entregue em fevereiro - R$0,686, alta de 3,64% sobre o mês anterior. Em 12 meses, o ganho é de 40,3%. "A produção já começa a diminuir porque há queda na qualidade das pastagens" nas bacias leiteiras, diz Cristiane Turco. Além disso, o mercado é comprador, acrescenta. Fonte: Valor Econômico. Por Alda do Amaral Rocha. 2 de abril de 2008.
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