Mais uma polmica atinge a pecuria de corte brasileira. Desta vez, ao menos, a notcia boa para os produtores. No primeiro trimestre deste ano, a exportao de gado vivo (em p) cresceu 30% em volume, em comparao com o mesmo perodo do ano passado. Em faturamento, o crescimento foi ainda maior, chegou a 203%. Apesar de a exportao ser concentrada em apenas dois Estados, Par e Rio Grande do Sul, onde so embarcados os animais, os frigorficos pressionam o governo para limitar esse crescimento.
Para analistas do setor, o movimento positivo para os pecuaristas, pois nessas regies a exportao de animal vivo tornou-se uma alternativa de comercializao e est ajudando, at, a aumentar o preo mdio do boi. No Par, por exemplo, a valorizao da arroba chegou a 53% este ano. A cotao mdia, hoje, no Estado est entre R$64 e R$66 a arroba. "Enquanto no faltava boi no mercado no tinha problema. Agora que a oferta est enxuta, os frigorficos esto reclamando", destaca o consultor
Fabiano Tito Rosa, da
Scot Consultoria.
Entretanto, o consultor acredita que no h motivo para preocupao por parte dos frigorficos. No ano passado, o Brasil exportou cerca de 430 mil cabeas de gado vivo para engorda. " um bom nmero, mas muito pequeno se considerarmos que o Pas abateu 46 milhes de cabeas", diz. Alm disso, ressalta, a maior parte desse gado vai para Lbano e Venezuela, que compram gado magro e bezerros. "Ou seja, no compram animal acabado, que o produto que vai para os frigorficos."
O presidente da Comisso de Bovinocultura de Corte da Federao da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Simm, concorda. "O Lbano no importa gado acabado. Portanto, num primeiro momento no est competindo com os frigorficos."
Fonte:
O Estado de So Paulo. Suplemento Agrcola. Por Niza Souza. 23 de abril de 2008.
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