O preo do boi gordo no deve voltar aos patamares histricos - na casa dos US$20 no mercado de So Paulo - mesmo depois do ajuste produtivo pelo qual passa o setor e que tem reduzido de forma significativa a oferta de animais para abate no Brasil.
"Haver estabilizao da oferta, mas a patamares mais elevados de preos", disse
Fabiano Tito Rosa, da
Scot Consultoria.
E cresce o coro dos que acreditam que as cotaes seguiro fortes. "O valor histrico [para o boi] no deve voltar mais. Isso j ocorre em outras
commodities", diz Fernando Galletti de Queiroz, diretor presidente do Minerva. Ele afirma que h "carncia de alimentos no mundo e o Brasil o que melhor pode atender a essa demanda" (ver matria acima).
Para
Tito Rosa, alm da demanda elevada, custos maiores na produo de gado - por causa da alta dos gros e de investimentos em certificao e bem-estar animal - tambm devero levar a uma arroba mais cara. "Boi barato? Pode ser que no volte mais", comenta.
Com preos sem grandes diferenciais em relao a outros pases produtores de gado bovino, a vantagem do Brasil tende a diminuir, segundo
Tito Rosa. Mas o pas ainda continuar competitivo.
O analista do Instituto FNP, Jos Vicente Ferraz, prefere no falar em preos histricos em dlares para o boi, j que a moeda americana "procura novo patamar" e vive um ajuste em relao a outras divisas. Mas ele tambm v nveis de preos mais altos no prximo ano. Sua estimativa, que ele diz j estar sendo considerada conservadora, de que a arroba alcance R$100 no fim de 2009.
Para o curto prazo, ou seja, ainda nesta safra, ele no acredita em quedas bruscas nas cotaes da arroba bovina. Os contratos futuros da BM&F corroboram essa opinio - o papel com vencimento em outubro deste ano fechou a sexta-feira cotado a R$94,02, alta de 0,87% no dia.
No mercado fsico, a arroba j est em R$81,80 em So Paulo, segundo o Instituto FNP. No incio do ano, estava em R$73,00.
Segundo
Tito Rosa, o mercado deve seguir firme, e uma desova de oferta de gado s ocorreria em caso de frio muito intenso ou seca. Por enquanto, porm, os pastos esto em boas condies por conta das chuvas, o que permite manter os animais no campo. Com isso, as escalas de abate dos frigorficos, que j trabalham com capacidade ociosa, so de apenas quatro a cinco dias.
Fonte:
Valor Econmico. Agronegcios. Por Alda do Amaral Rocha. 19 de maio de 2008.
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