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Scot Consultoria

Cana mantém aquecido mercado de terras


Segunda-feira, 2 de agosto de 2010 - 15h08

Projetos sucroalcooleiros implantados entre 2008 e 2010 tm provocado a valorizao das terras nas regies de cana-de-acar. O quadro reflexo da atuao de usinas ainda em fase de maturao e que mantm, aps um ano de melhora do caixa, seus investimentos em canaviais para atingir a capacidade total planejada de processamento de cana. O avano prossegue nas novas fronteiras, localizadas principalmente nos Estados de Tocantins, Gois, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Estudo feito pela NAI Commercial Properties, multinacional americana especializada no mercado imobilirio, mostra que as terras na regio do municpio de Pedro Afonso (TO) tiveram forte alta desde 2009. As reas j abertas para agricultura esto valendo R$3,6 mil o hectare, 33% mais do que em 2009, quando o hectare com as mesmas caractersticas valia R$2,7 mil. As reas de mata tiveram variao menor, no entanto, pouco desprezveis. De R$1,25 mil, o hectare desse tipo de terra subiu para R$1,5 mil, alta de 20%, segundo levantamento da NAI. A infraestrutura oferecida na regio de Pedro Afonso um grande atrativo e, por isso, essa valorizao. A regio oferece o acesso aos rios Tocantins e Sono e deve se beneficiar com a construo da ferrovia Norte Sul, explica Alosio Barinotti, presidente da NAI. O principal projeto de cana de Tocantins o da multinacional Bunge, que inaugurou neste ano uma usina justamente em Pedro Afonso, onde detm cerca de 14 mil hectares cultivados com cana-de-acar. A multinacional adquiriu neste ano outros 70 mil hectares na mesma regio, para onde deve expandir seu projeto sucroalcooleiro. Procurada, a empresa apenas confirmou que adquiriu mais terras na regio, mas sem informar a rea. Acrescentou que o objetivo da empresa elevar o volume de cana prpria em 60%. Algumas regies de Gois tambm registraram uma das maiores valorizaes puxadas pela cana. Estudo de mercado feito pela NAI na regio do municpio de Edeia identificou que o hectare, que valia R$8,5 mil em 2009, est sendo negociado agora no mercado a R$10 mil, aumento de 17%. no municpio de Edea que est o projeto da usina Tropical, sociedade entre a petroleira British Petroleum, com o grupo Maeda - agora vendido ao fundo Arion Capital - e da Santelisa Vale, agora controlada pela francesa Louis Dreyfus. Nas proximidades esto os trs projetos de usinas da ETH Bioenergia, associao da ETH, do grupo Odebrecht com a Brenco. A empresa tem planos de expandir seus canaviais de 80 mil a 100 mil hectares por ano nos prximos trs anos nas unidades de Gois, e tambm na de Mato Grosso (Alto Taquari). Em 2008, 30 novas unidades industriais foram inauguradas no Centro-Sul. Em 2009, outras 20 usinas e mais dez neste ano. Esses projetos esto em estgios de maturao, cada um em sua fase, e so os principais motores desses investimentos em novos canaviais, diz Antnio de Pdua Rodrigues, diretor-tcnico da Unio das Indstrias de Cana-de-Acar (Unica). A busca por terras em Minas Gerais, antes limitada a pastagens degradadas do Tringulo Mineiro, deve se estender s reas de milho, cultura que promete baixa rentabilidade no prximo ciclo, diz Pierre Santos Vilela, coordenador da Assessoria Tcnica da Federao da Agricultura do Estado (Faemg). Como as 38 usinas sucroalcooleiras do Estado esto concentradas no Tringulo, as terras nessa regio tiveram valorizao de cerca de 3,5% de 2009 para 2010, segundo a Faemg. A alternativa est sendo a expanso para as reas de pecuria leiteira, no centro-oeste e noroeste do Estado, diz. Enquanto o preo do hectare menos produtivo no Tringulo de R$6,6 mil, as terras mais produtivas do oeste valem R$5,2 mil, e as de pastagem, R$2,8 mil. Em Mato Grosso do Sul, os preos de reas vm se mostrando estveis no ltimo trimestre, segundo relatrio da Scot Consultoria. A maior procura por reas de pastagens degradadas. No temos muita competio pois ainda h sete milhes de hectares de pastagens degradadas disponveis, diz Luis Alberto Novaes, coordenador da Comisso de Agroenergia da Federao de Agricultura do Estado (Famasul). Fonte: Valor Econmico. Agronegcio. Por Fabiana Batista. 2 de agosto de 2010.
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