A falta de boi para completar as escalas dos frigorficos est fazendo com que as indstrias do setor invistam em confinamento ou na contratao de boi a termo. A estimativa que, neste ano, o nmero de animais confinados cresa entre 16% e 20%.
Pelas projees da
Scot Consultoria, o Pas ter este ano o recorde de 3,06 milhes de bois engordados em confinamento na entressafra - valor 20% maior que em 2007. Pelas estimativas da Associao Nacional dos Confinadores (Assocon), cujos scios respondem por cerca de 20% do setor, o volume de animais pode ser at 16% maior.
"O mercado est aquecido. Tem frigorfico, produtor de gro e pecuarista investindo em confinamento", diz
Fabiano Tito Rosa, analista da
Scot Consultoria. Segundo ele, o que pode limitar a oferta de boi magro, pois o custo est alto, mas o preo do boi gordo tambm (ver matria acima). O diretor-executivo da Assocon, Fbio Dias, diz que no ano passado, nesta poca, 80% do boi para confinamento j estava comprado e, agora, so somente 65%. "H uma dificuldade na reposio e isso pode ameaar a meta".
Segundo levantamento da
Scot Consultoria, no s os custos do confinamento esto mais altos, mas tambm os valores gastos com investimento. Os preos dos cochos aumentaram 5% em junho, em relao a maio. Quando comparados com o mesmo perodo do ano passado, as cotaes de cochos para confinamento j acumulam alta de 30%, em mdia. O dispndio com cocho representa cerca de 25% do valor investido no negcio. Entre os custos, o maior percentual gasto com a reposio, que responde por 65% a 75%. Segundo a analista
Giuliana Nogueira, o aumento da matria-prima para o cocho (cimento e ao) que provocou o reajuste. "A construo civil est aquecida, alm da maior demanda por confinamento para este ano".
Rosa lembra que outra modalidade de garantia de oferta tem sido o boi a termo. o que o frigorfico Independncia est fazendo. O gerente de Suprimento de Matria-Prima da empresa, Eduardo Pedroso, diz que o aumento em relao ao ano passado ser de 200% - a maior parte dos contratos fechados com confinadores. Pedroso diz que, na unidade de Gois, 90% da escala para o segundo semestre est contratada. E na unidade de Xavantina (MT) so 40%. "Alguns negcios foram fechados no ano passado. Nossa idia no garantir custo menor, mas planejar a escala", afirma. De acordo com o gerente, a maioria dos contratos foi fechada com preo a fixar, baseada no indicador do Centro de Estudos Avanados em Economia Aplicada da Universidade de So Paulo (Cepea/USP). "Como o mercado est bem demandado, nenhuma das partes sabe qual ser a diferena l na frente", conclui.
Fonte:
Gazeta Mercantil. Agronegcio. Por Neila Baldi. 13 de junho de 2008
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