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Scot Consultoria

Mercado bovino só normaliza em 2009


Segunda-feira, 23 de junho de 2008 - 10h58

Animais de reposio esto com preos em alta, impulsionados pela escassez de oferta. No Paran, bezerros de oito a 12 meses esto cotados, em mdia, a R$650,00. Praticamente o dobro em relao h dois anos. A conta clssica do pecuarista de vender um boi gordo e repor com dois bezerros, est a um passo do desuso. Em Paranava, at o meio de junho, a arroba estava em R$92,00. Uma rs terminada com 16 arrobas, vendida a R$1.472,00, fecha os clculos por pouco. O Departamento de Economia Rural (Deral) aponta que o momento valorizou o preo de abate da fmea, hoje em mdia, a R$85,00 a arroba. 'Historicamente a variao entre boi e vaca de 10% e o mercado est abaixo disso', comenta o analista de conjuntura de corte Adlio Ribeiro Borges. O pecuarista que investe em cria, recria e engorda est em relativa vantagem porque o custo da reposio mais em conta. Mas isso no ameniza a dificuldade de encontrar produtos no mercado. O rebanho paranaense retraiu 10% devido ao excessivo abate de matrizes entre 2006 e 2007. Com atuais 9,4 milhes de exemplares, o Estado j importa novilhas de Rondnia, a preos mais baratos, na tentativa de suavizar o dficit de animais. De acordo com dados da Scot Consultoria, de So Paulo, nos ltimos dois anos, a arroba do boi gordo variou no Brasil 88,85% e no Paran 97,40%. De junho 2007 at agora, 56,45% no Brasil e no Paran, 56,52%. O pecuarista e diretor do Instituto Pr-Carne, Paulo Leonel, avalia o momento no de alta de valores e sim de retomada do prejuzo conquistado em anos anteriores, como em novembro de 2004, quando a arroba desceu a R$63,50. 'Os insumos dobraram de preo e so calculados em dlar. No passado, com a alta da moeda, ningum fechou as contas no final do ms e muitos quebraram ou se desfizeram do patrimnio para no sucumbir. Como frigorfico no paga plus pela carne, a recuperao de preos a nossa chance de voltar a respirar'. Leonel prev um ganho real com lucro para o pecuarista somente em 2009, j que o volume minguado de bezerros e boi pronto vai continuar at que os rebanhos se restabeleam. 'Os animais que esto comeando a nascer e a retrao da prtica de abate de matrizes deve normalizar a oferta em trs anos. A tendncia de preos firmes para os animais de reposio e para o boi gordo, pelo menos at 2009, que o tempo mnimo estimado para recuperao do rebanho', calcula. O repasse de preos para o consumidor j comeou por causa da baixa oferta. Segundo o Disque-Economia, servio de pesquisa de preos em Curitiba, o coxo-mole variou 21,78%, na mdia, entre 21 de maio e 17 de junho. Dezesseis supermercados foram pesquisados. O quilo mais em conta saiu por R$10,98 e o mais caro por R$13,59. Salto de 23,77%. 'Com a geada dos ltimos dias os pastos foram prejudicados e este fato pode tambm influenciar o valor da carne. O reflexo deve ser sentido daqui duas semanas, j que o comrcio mantm um certo estoque', avalia o coordenador do servio, Henry Paulo Lira. J o diretor do Pr-Carne defende que os frigorficos podem manter os preos como esto por deterem o maior lucro do varejo. 'Para cair o preo, s eles lucrando menos', diz. Ele alerta que, 'no vai faltar carne no mercado interno por causa da exportao porque o pecuarista nunca dependeu desta prtica. Cerca de 18% do que produzido no Pas vai para fora e apenas alguns grupos so beneficiados. No aougue pode cair o volume, mas o churrasco est garantido'. Para o pecuarista Jos Eduardo de Andrade Vieira, de Londrina, 'o que pode segurar o preo da carne bovina, uma maior oferta de suno e frango e isso deve acontecer em breve, porque estas carnes tambm esto valorizadas e os plantis recebendo investimentos constantemente', analisa. Fonte: Folha de Londrina. Por Cludia Palaci. 22 de junho de 2008.
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