Aps trs anos de veto carne brasileira, o Chile poder se render s evidncias tcnicas e voltar a comprar o produto a partir do final de agosto. O mercado no representativo, porm a intransigncia chilena vinha abalando as relaes comerciais entre os dois pases. As justificativas sanitrias se enfraqueceram aps a Organizao Mundial de Sade Animal (OIE, sigla em ingls) reconhecer no dia 26 de maio que o Brasil estava apto exportar carnes. A exceo o Mato Grosso do Sul, origem do foco de febre aftosa que resultou no embargo em outubro de 2005.
"O Rio Grande do Sul j est autorizado, mas no tem carne para suprir a demanda", avalia
Fabiano Tito Rosa, consultor da
Scot consultoria. Segundo informou, o mercado chileno representava pouco mais de 10% das exportaes brasileiras. Estava entre os seis maiores importadores. Para o consultor, a barreira sanitria persiste por causa do excesso de rigor chileno.
Segundo a Associao Brasileira das Indstrias Exportadoras de Carne (Abiec), em 2004, o Chile proporcionou receita de US$198,9 milhes ao Brasil, de um total de US$1,96 bilho exportados.
Para minimizar alguns impasses, o Comit de Medidas Sanitrias da Organizao Mundial do Comrcio (OMC) aprovou no final de maio novas regras de regionalizao. Ficou definido que quando a OIE afirmasse que a rea estava livre de febre aftosa, o processo de liberao ao importador seria mais rpido. O contencioso esteve perto de um problema diplomtico. O Brasil embargou o salmo alegando contaminao e por ltimo as frutas. Neste ltimo caso, os embarques foram regularizados na ltima semana, de acordo com o Instituto Brasileiro de Frutas.
O secretrio estadual da Agricultura de So Paulo, Joo de Almeida Sampaio, revelou que o governador Jos Serra lidera uma comitiva que esteve reunida na ltima semana com os Ministros da Agricultura e Relaes Exteriores do Chile. "Na reunio, os chilenos assumiram o compromisso de que os embarques de So Paulo seriam liberados". So Paulo consome 50% do pescado, 65% das frutas e 42% dos vinhos.
Para Rodrigo Lima, gerente do Instituto de Estudos do Comrcio e Negociaes Internacionais (Icone), ficou claro que a atitude adquiriu conotao poltica e protecionista. "No h mais argumento para o embargo", avalia.
O presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, negou que houve retaliao na importao de frutas chilenas. Mas assumiu que a balana comercial favorvel ao pas vizinho. "Em 2007 importamos US$212 milhes em frutas de l. Nossas exportaes foram bem menos da metade disso".
Fonte:
Gazeta Mercantil. Agronegcio. Por Roberto Tenrio. 14 de julho de 2008.
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