No Brasil, mediante recuperação dos preços, a arroba do boi gordo alcançou patamares recordes
A média histórica de US$22,00 a US$25,00 ficou bem para trás. “Na verdade, este ano, o boi do Brasil chegou a registrar picos ao redor de US$60,00 por arroba. Dessa forma, se tornou um dos mais “caros” do planeta, bem acima dos vizinhos de América do Sul e bastante próximo das cotações de EUA e Europa”, informa a Scot Consultoria. Nos últimos meses, porém o Real entrou em rota de desvalorização. A alta do dólar foi de 22% em 30 dias.
Dessa forma, o boi do Brasil já retornou aos mesmos patamares de vizinhos como Uruguai e Paraguai, concorrentes diretos em vários mercados, informam os analistas. “É fato que a cotação argentina segue bastante competitiva. Mas justamente porque o governo local tem segurado as exportações. Portanto, se o país não está exportando, deixa de ser concorrente. Pode ter o preço que quiser”, comentam.
“É verdade também que a crise financeira iniciada nos EUA, e que agora já acomete a economia “real” em nível global, deve afetar negativamente o crescimento do consumo e, conseqüentemente, os preços da carne bovina no mercado internacional”, destacam os analistas.
No entanto, é preciso considerar, de acordo com os analistas, que guinada do câmbio, ao menos por enquanto, compensa esse movimento. Além de melhorar a margem do exportador, aumenta a atratividade da carne nacional frente aos concorrentes, o que pode favorecer a procura mesmo em períodos de consumo menos aquecido.
O consumo mundial de carne bovina deve se manter em crescimento. E o destaque são os emergentes, grupo do qual o Brasil faz parte e do qual pertencem os principais importadores da carne brasileira (destaque para a Rússia e Oriente Médio).
“Por fim, do lado da oferta, a Austrália acredita em retração da produção em 2009, o Uruguai está com dificuldades de expansão, a Europa está em recessão, os norte-americanos estão descartando vacas e reduzindo o volume de cabeças confinadas e, mesmo aqui no Brasil, a retomada dos investimentos ainda não foi suficiente para compensar mais de três anos de abate de matrizes”, opinam os analistas.
Áreas voltam a exportar para União Européia
Mato Grosso do Sul voltará a exportar carne bovina in natura para a União Européia (UE). A decisão foi anunciada pela Diretoria-Geral para Saúde e Consumidores da União Européia. Mato Grosso e Minas Gerais também estão integralmente habilitados.
O próximo passo será a publicação da confirmação no jornal oficial da União Européia. Atualmente, são 364 os estabelecimentos certificados no Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Fonte: JM News. 11 de outubro de 2008.