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Scot Consultoria

Exportador deve continuar a fechar contratos, diz Quirós


Terça-feira, 7 de outubro de 2008 - 10h23

Em mais um dia de pnico nos mercados financeiros, as commodities agrcolas voltaram a despencar ontem nas Bolsas de Chicago e de Nova York. O bushel da soja e do milho caiu ao maior nvel aceito pelas bolsas, ou a limite de baixa, e fecharam o dia a US$9,22 (-7,05%) e US$4,24 (-6,6%), contratos futuros de novembro e dezembro (2008), respectivamente. O trigo fechou em queda de 6%, US$5,95/bushel (contrato de dezembro). O algodo tambm alcanou o limite de baixa e o contrato de dezembro fechou o dia cotado a US$0,5441 por libra-peso (-5,22%). Acar e caf no chegaram a bater o limite mnimo, no entanto, os contratos de maro (2009) e dezembro (2008) de cada produto, nessa ordem, registraram baixas de 6,66% e 6,55%, cotados a US$0,1177 por libra-peso e US$1,145 por libra-peso, segundo a Safras&Mercados. O mercado no est trabalhando com base em fundamentos. A proporo 90% emoo e 10% fatores fundamentais, diz Steve Cachia, analista da Cereal Par. Os investidores em ndices referenciados em commodities retiraram US$10,2 bilhes dos contratos futuros agrcolas no terceiro trimestre, divulgou ontem o UBS. Miguel Biegai, da Safras, diz que a valorizao do dlar cumpriu papel importante para o movimento de queda livre. Para o analista, os investidores fugiram das rendas variveis (commodities, moedas e aes) com o objetivo de comprar dlares e adquirir ttulos federais americanos. Esses ttulos no remuneram, mas o dinheiro est seguro ali, explica. Cachia, da Cereal Par, lembra que os fundamentos so mais otimistas a mdio e longo prazo. H forte demanda asitica para gros e os Estados Unidos ainda tm estoques historicamente baixos de soja e milho, refora. Embora a demanda na sia possa arrefecer com o reflexo da crise, no trar impactos graves aos exportadores, acreditam analistas e empresrios. O continente asitico importante destino para os embarques brasileiros de gros, sobretudo da soja. Na opinio do empresrio Juan Quirs, vice-presidente da Federao das Indstrias do Estado de So Paulo (Fiesp) e ex-presidente da Agncia de Promoo de Exportaes (ApexBrasil), embora a demanda asitica possa reduzir, o exportador no deve deixar de fechar novos contratos. O exportador no deve deixar de atender a esses mercados. Parar de comercializar perder o cliente, orienta. O Japo, acredita Quirs, um dos pases da sia que vo sofrer duros reflexos da crise, pelo volume de investimentos dos bancos do pas que foram aplicados nos Estados Unidos. O empresrio complementa que esse o momento chave para testar se os fundamentos do Brasil esto realmente equilibrados. Apesar da incerteza sobre os reais efeitos da crise financeira, em reunio ontem do Conselho Superior do Agronegcio, na Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca, vice-presidente do Conselho Superior de Comrcio Exterior da Fiesp, afirmou no acreditar que os planos de mdio e longo prazo das empresas brasileiras sejam alterados. No acredito em mudanas de planos por causa de uma crise que, at o momento, de curto prazo. Giannetti, tambm presidente da Abiec (entidade que representa os frigorficos exportadores), lembra que a demanda fsica por alimentos ainda existe e que o Brasil hoje menos dependente dos mercados norte-americano e europeu. As exportaes tm crescido em ritmo mais forte para pases emergentes como China e ndia - cujas economias embora sofram impactos, devam continuar crescendo em ritmos similares. Giannetti tambm falou sobre crdito aos exportadores, nesse momento essencial. As empresas solicitaram ao Banco Central (BC) que oferea uma linha de US$20 bilhes em Adiantamentos de Contratos de Cmbio (ACC) para financiar operaes. Carnes O pecuarista Constantino Ajimasto Jnior, afirmou ontem que, apesar do cenrio ainda nebuloso, por enquanto no est preocupado com os efeitos da crise. Ele v efeitos positivos e negativos, que levam compensao. Se por um lado a alta do dlar bom fator para quem exporta, pode haver, por outro lado, certa retrao no mercado interno. H reflexos emocionais por conta dessas notcias de falta de crdito. As pessoas comeam a reduzir consumo. Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, diz que a crise pode agravar o cenrio previsto de preos altos da arroba e da carne bovina no mercado interno para 2009. Dlar atraente para exportadores e a demanda dos emergentes explicam. As commodities agrcolas voltaram a despencar nas bolsas. Os empresrios, porm, devem continuar fechando contratos de exportao para no perder mercado, diz Juan Quirs, vice-presidente da Fiesp. Fonte: DCI. Agronegcios. Por rica Polo. 7 de setembro de 2008.
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