Se a produção pecuária brasileira for mantida nos mesmos níveis de hoje, algo em torno de 60% a 80% dos atuais pecuaristas podem deixar a atividade nos próximos 30 anos, é o que prevê
Alcides Torres, da
Scot Consultoria. “A saída é tecnologia”, diz ele, lembrando que organização e gestão também são formas para uma boa produtividade.
Apesar do tom pessimista,
Torres conta que o Brasil é o melhor país para receber investimentos em pecuária. De acordo com ele, o Brasil tem o maior potencial frente aos concorrentes, mas está em um período de ajuste produtivo. “O mercado é promissor, mas é preciso lidar com as pressões”.
Para
Torres, o Uruguai está no limite da produção, a Argentina tem altos embargos para exportação e a economia é fragilizada, a Europa tem pouca competitividade, nos Estados Unidos os custos estão em alta, o confinamento em queda e há abate de matrizes e a Austrália sofre com seca e custos altos.
Quanto à crise,
Torres diz que o problema não está no preço, mas sim no crédito e na expectativa de retração da demanda. “Especulações e incertezas geram insegurança, o que afeta o mercado”.
De acordo com ele, a oferta não mudou e tende a ser menor em 2009 e se manter em 2010. “A crise levou a um ajuste produtivo bastante intenso, com plantéis liquidados, retração nas áreas de pastagem, mas a recuperação dos preços estimulou novos investimentos, inclusive novos investidores”.
Para
Torres, mesmo considerando o cenário mais otimista, o ambiente não se mostra tão favorável a aumento de preços quanto nos últimos dois anos. “Preço é com o mercado, e ele é cíclico. É preciso buscar eficiência produtiva, aproveitando as fases de alta para investir”.
Fonte:
Gazeta Mercantil. Por Sérgio Toledo. 3 de dezembro de 2008.
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>