O mercado futuro agrícola na BM&F Bovespa permaneceu retraído em abril. Na opinião de analistas, a baixa liquidez ainda é provocada pela aversão ao risco nos mercados de renda variável. Com a instabilidade do mercado e do câmbio, muitos investidores preferiram apostar nos mercados de renda fixa. Por esse motivo, os contratos agrícolas futuros e de opções recuaram 38,6% em comparação com abril do ano passado, para 141,3 mil papéis movimentados. A receita também recuou para R$3,39 bilhões, 36,9% menor que 2008.
Os contratos de opções e futuros do boi gordo, que apresentaram o maior volume de negócios no ano passado, fecharam em abril deste ano com queda de 47,5%, com 62,1 mil papéis. A receita atingiu R$1,47 bilhão, queda de 52,9%. No entanto, os contratos de opções em abril apresentaram aumento de 263%, com um total de 1,56 mil papéis. A receita, por sua vez, recuou 53% para R$70 mil nessa modalidade.
Fabiano Tito Rosa, analista da
Scot Consultoria, destacou a importância dos contratos de opções. Conforme explicou, as opções funcionam como um tipo de seguro. “É como uma apólice de automóvel, que você só usa quando bate. No caso das opções, o produtor fixa um patamar de preços e se o mercado estiver abaixo no momento da entrega, ele exerce a opção”. “A desvantagem”, prosseguiu, “é que os preços nesse sistema são sempre inferiores ao mercado futuro”.
Tito Rosa revela que a baixa liquidez no mercado foi provocada pela aversão ao risco. “Muita gente foi pega no contrapé no ano passado por causa das fortes oscilações. Mas os preços baixos também afastam os investidores do mercado”.
O café arábica foi o segundo item mais negociado, com 42,9 mil papéis negociados em abril, queda de 16%. A receita ficou em R$1,23 bilhão, 3% menor que em abril de 2008. O milho teve cerca de 11 mil contratos negociados no total.
A BM&F Bovespa estima uma negociação de 3 milhões de contratos agrícolas em 2009, ante os 3,3 milhões do ano anterior. Em 2008, os contratos de milho atingiram negociação recorde superior a 410 mil contratos.
Fonte:
Gazeta Mercantil. Finanças & Mercados. 8 de maio de 2009.
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