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Scot Consultoria

Couro prejudica margens dos frigoríficos


Terça-feira, 14 de julho de 2009 - 16h57

Frigorficos de carne bovina tm responsabilizado a menor exportao - e preos de venda mais baixos da carne l fora - pela reduo de suas margens. Isso verdade em relao ao mercado externo, mas no front domstico o vilo outro. Um estudo da Scot Consultoria indica que o maior culpado nesse caso o couro, cujos preos e exportaes despencaram nos ltimos meses, reflexo principalmente da crise financeira global. Fabiano Tito Rosa, da Scot, chegou concluso depois de analisar alguns indicadores de mercado interno, fundamentais para definir como andam as margens das indstrias. Um deles o equivalente fsico, que indica o quanto o frigorfico recebe pela venda de carne com osso no atacado. O outro o equivalente Scot, que apura a receita da indstria na venda da carne com osso, couro e sebo, e pesquisado desde 2003. A anlise dos dados entre 2003 e 2009 (at 10 de julho) mostra que a defasagem entre o preo da carne com osso (equivalente fsico) para o boi no est acima da mdia histrica. Portanto, no o preo da carne no mercado interno o que mais pressiona as margens. Na mdia de julho (at dia 10), o preo do boi gordo ficou em R$82,86 por arroba. No perodo, o equivalente fsico ficou em R$73,59 a arroba e o equivalente Scot, em R$75,62 por arroba. A defasagem no primeiro caso foi 11,19% e no equivalente Scot, de 8,73%. Na mdia anual, a defasagem do equivalente fsico para o boi est em 8,96% - em 2003, era de 17,04%. J o equivalente Scot saiu de 6,62% em 2003 para 6,04% na mdia deste ano. No entanto, essa diferena j foi bem menor - como em 2005 e 2006, por exemplo, quando estava em 3,29% e 3,56%, respectivamente. O aumento da defasagem pode ser explicado em grande parte pela queda dos preos do couro - e mais recentemente tambm pelo recuo da cotao do sebo bovino, disse Tito Rosa. Entre 2003 e 2009, os preos do couro verde (de menor qualidade, conhecido como catado) caram 86,12%, de uma mdia de R$2,09 o quilo, para R$0,29. J a carne, na mesma comparao subiu 54,21%, para R$4,95 o quilo. O sebo saiu da mdia de R$1,28 o quilo em 2003 e para R$1,45 este ano. O couro verde est sendo dado (pelos frigorficos), ironiza o analista da Scot. O couro cru vendido aos curtumes para processamento. Alm de estar perdendo espao para os materiais sintticos h tempos, o couro foi um dos produtos mais impactados pela crise financeira. A demanda mundial despencou e com ela, os preos do couro. Os nmeros da exportao brasileira no semestre do uma idia do tombo: as receitas com as vendas somaram US$495,5 milhes, queda de 53,9% sobre o mesmo perodo de 2008, conforme os dados compilados pela Scot. Os volumes no caram tanto no perodo (de 165,9 mil para 152 mil toneladas), o que indica que os preos desabaram. O efeito da demanda internacional mais fraca grande sobre o Brasil porque o pas exporta a maior parte do couro que produz. Um importante mercado para o couro brasileiro so os Estados Unidos, principalmente para a indstria automobilstica, um dos setores que mais sofreram com a crise global. Alm disso, o Brasil tambm exporta couro para indstrias caladistas e moveleiras da sia e Europa, que vendem produtos finais para os mesmos EUA, observou Tito Rosa. Quanto ao sebo, o analista aponta que os preos comearam a recuar nas ltimas semanas, saindo de R$1,50 o quilo para R$1,30 por conta da menor demanda dos setores de higiene e limpeza e de biodiesel. Fonte: Valor Econmico. Agronegcios. Por Alda Rocha do Amaral. 14 de julho de 2009.
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