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Scot Consultoria

BNDES vai exigir rastreabilidade dos frigoríficos


Quarta-feira, 1 de julho de 2009 - 15h55

Para receber financiamentos do banco, empresas tero de provar a origem do gado usado no abate Como resposta s denncias de que a pecuria a principal responsvel pelo desmatamento na Amaznia, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) e os grandes frigorficos se preparam para anunciar, na semana que vem, um compromisso ambiental que prev uma srie de exigncias para a concesso de emprstimos por parte do banco. Dentre as exigncias, segundo fontes, est a implementao de um programa de rastreabilidade que permita dizer se a carne que chega aos supermercados tem origem em fazendas que contribuem para o desmatamento do bioma amaznico. Detalhes do compromisso foram acertados em reunio realizada na ltima sexta-feira em So Paulo, com representantes dos frigorficos e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. A rastreabilidade tida como a nica forma de garantir com segurana que o gado no est avanando em reas de desmatamento. Entretanto, os desafios para se colocar um brinco na orelha do boi so muitos. O principal o notrio alto ndice de sonegao no setor. A sonegao muito forte e, se voc coloca o brinco no boi, voc tem de declarar o animal, diz um executivo do setor com passagem pelo governo. Estima-se que 35% do abate realizado no Pas seja informal. Se no houver um grande incentivo, no vai funcionar. Alm da informalidade, h a questo do custo. Quando o chamado Sisbov, sistema de rastreamento bovino do Ministrio da Agricultura, foi implantado, em 2002, havia uma expectativa de que os frigorficos pagariam mais pelo boi rastreado, o que no aconteceu. Os frigorficos passaram a pagar o mesmo preo pelo boi rastreado e deram um desgio no preo do boi no rastreado, conta um fazendeiro que no quis se identificar. Criado em 2002 para atender s exigncias fitossanitrias da Unio Europeia, o Sisbov tinha como meta rastrear 100% do gado nacional at 2007. Em 2007, apenas 10 mil fazendas de gado, de um universo de mais de um milho, estavam cadastradas. E, mesmo assim, aps uma vistoria da Unio Europeia no incio de 2008, apenas 80 das 10 mil fazendas foram aprovadas. Mas o nmero de fazendas que fazem rastreamento e esto habilitadas a exportar para a UE tem crescido, e hoje chega a 1,1 mil. Para Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, sem subsdios para o programa, dificilmente ele ter uma grande adeso. Para os grandes proprietrios, mais fcil. Mas e o pequeno, como fica? Rosa lembra que muitas fazendas no possuem sequer energia eltrica, e contam com uma mo de obra de baixa qualificao, que precisaria de treinamento para lidar com a tecnologia. PROGRAMA PILOTO Nas ltimas semanas, a Associao Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec) recebeu oito empresas de tecnologia de rastreabilidade, e espera iniciar a implantao de um sistema de rastreabilidade piloto at o final deste ano. Se o programa piloto der certo, em trs a quatro anos podemos implantar o sistema em todo o Pas, diz o presidente da Abiec, Roberto Gianetti da Fonseca. Assinar uma moratria da carne hoje demagogia. S com a rastreabilidade teremos condio de garantir desmatamento zero. Fonte: Estado de So Paulo. Economia e Negcios. Por Mariana Barbosa. 1 de julho de 2009.
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