• Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Produtor quer trocar soja brasileira por fertilizante russo


Quarta-feira, 10 de junho de 2009 - 13h47

Uma das estratgias dos produtores brasileiros para reduzir os custos de produo na prxima safra ser a permuta de gros em troca de fertilizante com os fabricantes russos e a compra direta do produto, driblando as tradings A visita do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, junto com uma comitiva de representantes do agronegcio brasileiro poder gerar resultados que vo alm da retomada das exportaes de carne suna de Santa Catarina para a Rssia. Uma comisso formada por tcnicos do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa) e da Embaixada Brasileira em Moscou est articulando a viabilidade de obter fertilizante em troca da soja produzida no Paran. Tambm no foi descartada a possibilidade de realizar a permuta da carne por fertilizantes. Tnhamos propostas concretas, mas no encontramos a mesma disposio porque o fabricante russo no tem estrutura para receber e comercializar carne. Mas, o transporte de soja do Brasil para Rssia nos mesmos navios que carregam fertilizantes, pode ser viabilizado, diz Ivan Ramos diretor executivo da Federao das Cooperativas Agropecurias do Estado de Santa Catarina (Fecoagro). A entidade junto com a Consrcio Nacional Cooperativo Agropecurio (Coonagro), do Paran, tambm participou de reunies com empresrios na Rssia para tentar realizar a compra de fertilizantes direto do produtor, com o objetivo de diminuir as intermediaes das tradings e multinacionais que colocam um custo adicional no preo da matria-prima. J estamos agendando reunies com os representantes no Brasil das empresas visitadas. Queremos fazer um pool e ter um volume mais expressivo para aumentar nosso poder de barganha, disse Ramos. A Fecoagro rene 11 cooperativas e tem uma demanda anual de 300 mil toneladas de fertilizantes, j a Coonagro, com 21 cooperados, consome anualmente 1 milho de toneladas. Vamos convidar cooperativas de So Paulo, Gois e Rio Grande do Sul que trabalhem com importao de fertilizante, afirmou. A Rssia tem produo anual da ordem de 18 milhes de toneladas e direciona apenas 12% ao seu mercado domstico. A estratgia das cooperativas poder esbarrar nos problemas logsticos do Pas. Segundo Ramos, uma das reclamaes ouvidas pelos brasileiros a de que os portos locais no esto bem estruturados. Alm dos custos elevados das tarifas e impostos, h insegurana dos custos da operao, repercutindo nos exportadores, que so responsveis pela contratao do frete martimo. A estadia do navio no Brasil de US$30 mil e o exportador tem que pagar os russos, explica. Pelas mesmas razes, os russos esto exigindo pagamentos antecipados e vendendo apenas para grandes clientes mundiais. Com o agravamento da crise financeira mundial, fornecedores russos tiveram que reduzir a produo por falta de demanda, e outros enfrentam problemas por falta de liquidez nas vendas. Aliado quebra de bancos, levou esses produtores a rejeitarem carta de crdito, instrumento tradicionalmente utilizado nas compras de fertilizantes e que eram fornecidas pelos bancos como garantias de compras a prazo. A dificuldade de importar o produto ocorre ao mesmo tempo em que h uma retomada dos preos. De acordo com Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da Scot Consultoria, ainda que no volte aos patamares de 2008, a tendncia dos preos dos fertilizantes de alta at o fim do ano. As empresas que at fevereiro e maro tinham estoques altos j comeam a trabalhar com preos novos. A partir de agosto, ir aumentar a procura para o plantio da safra 2009, disse. A maior preocupao gira em torno dos fertilizantes a base de potssio, cuja dependncia brasileira est acima de 90% e foi o nico insumo registrou alta desde o incio do ano. De janeiro at agora, a cotao do produto j subiu 12%, para R$1.870/ton. Petrobras Andr Puccinelli, governador do Mato Grosso do Sul, deve se reunir hoje com representantes da Petrobras para atrair para o Estado uma unidade de nitrogenados da empresa. A estatal deve construir em trs anos uma fbrica que processar 1 milho de toneladas de uria e 600 mil toneladas de amnia por ano. Fonte: DCI. Agronegcios. Por Priscila Machado. 10 de junho de 2009.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos