O consumo de queijo no Brasil aumentou. O índice no Brasil passou de 2,6kg por habitante/ano para 4kg. Entre os motivos está o aumento da renda. Este é o resultado de um estudo, feito pela Scot Consultoria, em sua última “Carta Leite”, divulgada em meados de setembro. O levantamento mostra que, entre 2000 e 2008, houve um aumento de 30,8% no consumo per capita do produto.
De acordo com a Scot, quando os rendimentos da população aumentam 10% a compra desse tipo de alimento cresce 8%. Para se ter uma idéia, de acordo com os números da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), em 2002, famílias com salários em torno dos R$850 gastavam R$1,27 por mês, com queijos. Em 2009, esse gasto mensal passou para R$1,83, ou seja, a alta foi de 44%.
A produção de queijos no país ficou em cerca de 700 mil toneladas, no ano passado. Houve um crescimento de 5%, na comparação com o resultado de 2008, de acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ). O Brasil, com esse resultado, é considerado o terceiro produtor mundial, atrás da União Europeia (considerando os 27 países) e dos Estados Unidos. Quando o consultor Rafael de Lima Filho, e a graduanda em zootecnia Gabriela Pombo, simulam que são necessários 10 litros de leite para cada quilo de queijo produzido, estimam que 7 bilhões de litros de leite ou 23% da produção da pecuária leiteira nacional, em 2009, foram voltados para o produto de maior valor agregado.
Segundo a ABIQ, os 3 queijos mais fabricados no país são a mussarela, o prato e o requeijão. O Minas frescal vem na 4ª colocação. Mas, no entanto, o requeijão de mesa foi o que teve maior expansão em 10 anos, da ordem de 94%.
O país ainda não é o maior produtor mundial do produto, e o consumo ainda é bem inferior ao registrado na Grécia ou na França, que são as campeãs, e onde cada habitante chega a comer cerca de 27kg e 25kg de queijos diversos por ano, respectivamente. Mas a evolução é constante e representa possibilidade de ganho de valor agregado para o pecuarista que se dedica à atividade leiteira. Esse movimento pode ser percebido principalmente em tradicionais regiões produtoras, como é o caso de Minas Gerais.
Fonte: Revista Cabra e Ovelha. Edição 53. Outubro de 2010.