Desde novembro, produto comercializado no atacado em SP recuou 27,6%
Os preços do suíno no mercado interno estão pressionados pelo aumento da oferta e menor ritmo das exportações. Desde novembro, quando a cotação atingiu recorde de R$5,66 o quilo, a carcaça suína comercializada no atacado em São Paulo recuou 27,6%.
– Além do baixo consumo típico do mês de janeiro, o fraco desempenho das vendas externas ocasionou uma oferta sobressalente no mercado interno, causando a queda nos preços – disse Aedson Pereira da Silva, analista de mercado da Informa Economics FNP, que acredita que essa queda no atacado influencia diretamente os negócios no mercado físico, afetando até a rentabilidade do produtor.
A queda é ainda mais acentuada tratando-se do suíno vivo vendido em São Paulo, cujo preço recuou 31% entre novembro e fevereiro.
– Temos notícias que o produtor da região Mogiana de São Paulo (Campinas, Hortolândia, entre outros) está tendo prejuízo de R$50 a R$60 por animal, com a queda de preços e a alta do custo de produção – disse Silva.
Somente milho, que representa cerca de 60% do custo de produção do suíno, aumentou 15% a saca desde o início do ano.
Frango
Já os preços do frango vivo comercializado em São Paulo seguem estáveis a R$1,90 o quilo. Com a fraca demanda, o volume de negócios na região Sudeste, sobretudo, diminuiu, e há um movimento de pressão nos preços. Mas as vendas em patamares abaixo desse valor travam, diz o analista da Informa.
Na região Sul e Centro-Oeste, de acordo com Silva, o bom desempenho das exportações apenas conteve as baixas nos preços das aves para abate. No Paraná, as cotações do frango vivo seguiram em R$1,81 o quilo e, em Goiás, a R$1,90.
Na região Nordeste, os preços também não se alteraram na semana. Assim, o frango vivo granja se manteve a R$3,00 o quilo. Já o frango resfriado negociado no atacado, também devido à fraca demanda, recuou 1,7% na semana, passando de R$2,95 o quilo para R$2,90. Os valores são relativos a São Paulo.
Mas esse cenário pode estar com os dias contados. O zootecnista e consultor da
Scot Consultoria, Alex Lopes da Silva, lembra que a carne bovina no atacado já deu os primeiros sinais de recuperação de vendas.
– Somente nessa semana, a carne com osso subiu por três dias seguidos, o que indica que o consumo vem crescendo. Esse comportamento deve conferir alguma sustentação ao mercado da proteína de frango, que é considerada concorrente da bovina – afirmou.
Fonte:
Agência Estado. Por Suzana Iniesta. 4 de fevereiro de 2011.
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