Produtores de carnes tm gasto menos com insumos para rao neste incio de ano, mas vem como pontual o recuo das cotaes e esperam fechar 2011 com custos de produo estveis ou at superiores.
Os preos de farelo de soja, amendoim e at milho, usados na rao animal, caram nos ltimos dois meses, pressionados pela entrada da safra.
Entretanto, a perspectiva de recuperao dos preos desses itens ao longo do ano, com demanda superior oferta. Levantamento da
Scot Consultoria mostra que a cotao do farelo de soja diminuiu 11% em maro ante fevereiro, para R$705 a tonelada. O produto iniciou o ano cotado a R$ 797/tonelada.
H uma presso no valor do farelo de soja em funo da colheita, que traz um pouco mais de oferta ao mercado, explicou o zootecnista e consultor da
Scot, Alex Santos Lopes da Silva.
Segundo ele, o produto considerado balizador e outras protenas tambm registraram recuo, como o caso do farelo de amendoim, que teve queda de 10% desde o incio do ano, cotado a R$625/tonelada.
O milho (gro), um concentrado energtico e muito utilizado nas raes, tambm caiu em maro ante fevereiro: 6%. O problema que esses recuos parecem ser pontuais, j que tm o efeito momentneo de presso da colheita. No longo prazo, acredito que as cotaes desses insumos ficaro firmes e em patamares altos em relao ao ano passado, disse
Silva. De acordo com clculos da
Scot, a cotao atual do farelo de soja ainda supera em 12% a de maro de 2010, assim como o valor do farelo de amendoim 18% superior e o do milho, 65% em relao ao do mesmo perodo do ano passado.
Confinamento - Para a assessora tcnica de pecuria de corte da Federao da Agricultura e
Cristiane de Paula Rossi Carvalho, a queda recente dos insumos animou os confinadores de bovinos do Estado, o maior em volume do Pas, com 850 a 900 mil cabeas/ano. Tudo o que favorecer preos menores de custos bom para o pecuarista. Mas precisamos ficar de olho se esse comportamento durar no ano, o que achamos difcil de isso ocorrer. O que realmente deve impulsionar um aumento de volume de confinados para esse ano o preo atrativo futuro do boi gordo, que acaba compensando a alta de custos", disse a assessora da Faeg.
A Associao Nacional dos Confinadores (Assocon) est terminando a primeira pesquisa de inteno de confinamento para 2011, mas dados preliminares indicam que os confinadores devero gastar aproximadamente 35% a mais neste ano com as dietas dos animais.
A alimentao responsvel por cerca de 25% do custo operacional do confinamento (o restante dos gastos com o boi magro).No tenho dvidas de que os insumos estaro bem mais elevados do que 2010. O que o confinador dever fazer para manter sua rentabilidade a combinao de dietas, balanceando os custos de cada produto, disse o zootecnista da Assocon, Bruno Andrade, ressaltando que o volume de confinados deste ano ser maior que 2010, mas no citou porcentual.
J a
Scot prev um incremento de 15% na oferta de bois de confinamento em 2011 ante 2010.
Aves e sunos - Representantes dos segmentos de aves e sunos tambm preveem preos sustentados para os insumos neste ano. Para o diretor de mercado interno da Associao Brasileira da Indstria Produtora e Exportadora de Carne Suna (Abipecs), Jurandi Soares Machado, os recuos recentes do farelo de soja e dos outros insumos so momentneos. Essas quedas so pontuais, por conta da colheita e no h efeito significativo nos custos de produo do setor. A demanda tanto interna quanto externa continuar maior que a oferta. Portanto, vejo preos sustentados at o final do ano, principalmente do milho, declarou. O farelo de soja tem peso de 16% na alimentao dos sunos, enquanto o milho, 70%.
O presidente da Unio Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, concorda: No vamos ter refresco com os preos dos gros em 2011, eles se mantero em patamares altos. No caso do milho, nem mesmo os leiles (do governo, com oferta de estoques) e a safra sero suficientes para atender a demanda e diminurem os preos, declarou.
Fonte:
Agncia Estado. 10 de abril de 2011.
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