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Scot Consultoria

Criador de frango e suíno vê menor custo em 2012


Quarta-feira, 4 de janeiro de 2012 - 16h40

As cadeias produtivas dos setores de frangos e de suínos brasileiros estão otimistas com a disponibilidade de grãos para 2012, como milho e soja, insumos básicos para a produção de proteínas animais. Com isso, aguardam um alívio sobre os custos de produção e, consequentemente, uma rentabilidade melhor da atividade. Entretanto, fatores externos, como clima e demanda, estão no radar, já que podem ser determinantes para as cotações dos insumos. "Do lado da oferta de milho, a situação pode ser menos apertada do que em 2011, o que refletiria em preços menores para o grão e menores custos de produção para a pecuária e para as outras carnes", afirmou o zootecnista e consultor da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho. Ele citou os números do terceiro levantamento da safra de grãos divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que projeta um crescimento da produção brasileira de milho de 4,9% na safra 2011/12, com a colheita de mais de 60 milhões de toneladas ante 57,5 milhões de toneladas da safra de 2010/11. "A área com a cultura aumenta 6,2% ante a safra passada. Somente no Paraná, o avanço é de 5,9%, e em Goiás, 15,8%", disse Lima Filho. Apesar da maior oferta, a expectativa também é de maior demanda pelo grão em 2012. A Conab estima aumento de 3% no consumo interno de milho e crescimento de 3,6% nas exportações brasileiras do cereal. O milho foi um dos vilões dos custos de produção em 2011, principalmente para frangos e suínos, já que compõe de 70% a 80% do custo total dessas atividades. Segundo levantamento da Scot, o preço do milho terminou o ano nos menores valores de 2011. Em dezembro, o insumo foi cotado em média a R$510 a tonelada no Estado de São Paulo, queda de 2% em relação à novembro e no mesmo nível há um ano. O preço médio do insumo em 2011, considerando os 12 meses, ficou em R$535/tonelada, enquanto no ano passado fechou em R$346/t, em média (base São Paulo), alta de 54%. "O ano de 2011 não foi tão bom em termos de custo de produção, por conta da disparada das cotações do milho. O criador trabalhou com uma rentabilidade muito pequena, principalmente nos estados do Sul, os maiores produtores de carne suína", disse o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, que ainda ressaltou o embargo russo, em vigor desde 15 de junho, como um dos fatores que atrapalharam a rentabilidade dos suinocultores. Já para 2012, Lopes está confiante. "As perspectivas para 2012 são muito boas. Trabalharemos muito para melhorar e avançar nas integrações, além de uma expectativa otimista de aumento das exportações, com a inclusão de novos destinos", declarou. "Tivemos também o aumento da área de plantio do milho, então, o ano de 2012 para a suinocultura será um período bem melhor. Claro, se o governo não destinar uma boa parte do insumo para exportações. Até o aumento da carne bovina e a harmonização de preços nos traz boas perspectivas", completou. Segundo ele, ainda no começo do ano, o produtor poderá trabalhar com uma rentabilidade menor, já que a demanda pela proteína costuma ficar mais fraca e pode haver excedente de oferta, baixando o preço dos animais vivos. "Mas se não ocorrer nenhum embargo, os preços deverão ficar estabilizados no decorrer do ano", destacou. Atualmente, o suíno vivo é comercializado entre R$57 e R$59/@. Para o diretor de mercado interno da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Jurandi Soares Machado, a perspectiva para 2012 é de pressão menor sobre os custos de produção, por conta da maior disponibilidade de milho e uma eventual estabilidade das cotações nos mercados internacionais. "Mas pairam duas dúvidas que temos que acompanhar: como ficará o clima e se boa parte da safra será comprometida para o mercado internacional", destacou o diretor da Abipecs. O clima preocupa e pode mexer com as cotações do grão. Para Lima Filho, da Scot, é preciso analisar o desenvolvimento e a situação das lavouras, já que há algumas regiões do país, em especial o Sul e também algumas localidades no Centro-Oeste (que são prejudicadas pela estiagem), o que pode atrapalhar a produtividade média das lavouras. Frangos O setor de frangos também está otimista com os custos de produção em 2012. O presidente da empresa de alimentos BRF Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay,estima que os preços do milho recuem de 3% a 4% no ano. "O cenário para os preços dos grãos será mais tranquilo em 2012 do que em 2011. Temos estoques de passagem melhores do que os anteriores. A volatilidade, porém, continuará", disse. Para o diretor de mercados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Ricardo Santin, os preços do milho começaram a baixar, o que acaba melhorando a rentabilidade dos produtores, juntamente com a valorização do dólar, que favorece as exportações. "Em 2012, os níveis de preços do insumo serão melhores do que em 2011, que foi muito especulativo. Em 2012 esperamos menos volatilidade, menos especulações e aí um custo de produção menor", declarou. Já o presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola Ávila, ressaltou que a evolução genética, novos métodos de manejo, melhoria do bem-estar animal e a evolução da saúde animal podem minimizar os custos produtivos da avicultura nacional. Fonte: Agência Estado. Por Suzana Inhesta. 4 de janeiro de 2012.
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