As cadeias produtivas dos setores de frangos e de sunos brasileiros esto otimistas com a disponibilidade de gros para 2012, como milho e soja, insumos bsicos para a produo de protenas animais. Com isso, aguardam um alvio sobre os custos de produo e, consequentemente, uma rentabilidade melhor da atividade. Entretanto, fatores externos, como clima e demanda, esto no radar, j que podem ser determinantes para as cotaes dos insumos.
"Do lado da oferta de milho, a situao pode ser menos apertada do que em 2011, o que refletiria em preos menores para o gro e menores custos de produo para a pecuria e para as outras carnes", afirmou o
zootecnista e consultor da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho. Ele citou os nmeros do terceiro levantamento da safra de gros divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que projeta um crescimento da produo brasileira de milho de 4,9% na safra 2011/12, com a colheita de mais de 60 milhes de toneladas ante 57,5 milhes de toneladas da safra de 2010/11. "A rea com a cultura aumenta 6,2% ante a safra passada. Somente no Paran, o avano de 5,9%, e em Gois, 15,8%", disse
Lima Filho.
Apesar da maior oferta, a expectativa tambm de maior demanda pelo gro em 2012. A Conab estima aumento de 3% no consumo interno de milho e crescimento de 3,6% nas exportaes brasileiras do cereal.
O milho foi um dos viles dos custos de produo em 2011, principalmente para frangos e sunos, j que compe de 70% a 80% do custo total dessas atividades. Segundo levantamento da
Scot, o preo do milho terminou o ano nos menores valores de 2011. Em dezembro, o insumo foi cotado em mdia a R$510 a tonelada no Estado de So Paulo, queda de 2% em relao novembro e no mesmo nvel h um ano. O preo mdio do insumo em 2011, considerando os 12 meses, ficou em R$535/tonelada, enquanto no ano passado fechou em R$346/t, em mdia (base So Paulo), alta de 54%.
"O ano de 2011 no foi to bom em termos de custo de produo, por conta da disparada das cotaes do milho. O criador trabalhou com uma rentabilidade muito pequena, principalmente nos estados do Sul, os maiores produtores de carne suna", disse o presidente da Associao Brasileira dos Criadores de Sunos (ABCS), Marcelo Lopes, que ainda ressaltou o embargo russo, em vigor desde 15 de junho, como um dos fatores que atrapalharam a rentabilidade dos suinocultores.
J para 2012, Lopes est confiante. "As perspectivas para 2012 so muito boas. Trabalharemos muito para melhorar e avanar nas integraes, alm de uma expectativa otimista de aumento das exportaes, com a incluso de novos destinos", declarou. "Tivemos tambm o aumento da rea de plantio do milho, ento, o ano de 2012 para a suinocultura ser um perodo bem melhor.
Claro, se o governo no destinar uma boa parte do insumo para exportaes. At o aumento da carne bovina e a harmonizao de preos nos traz boas perspectivas", completou.
Segundo ele, ainda no comeo do ano, o produtor poder trabalhar com uma rentabilidade menor, j que a demanda pela protena costuma ficar mais fraca e pode haver excedente de oferta, baixando o preo dos animais vivos. "Mas se no ocorrer nenhum embargo, os preos devero ficar estabilizados no decorrer do ano", destacou. Atualmente, o suno vivo comercializado entre R$57 e R$59/@.
Para o diretor de mercado interno da Associao Brasileira da Indstria Produtora e Exportadora de Carne Suna (Abipecs), Jurandi Soares Machado, a perspectiva para 2012 de presso menor sobre os custos de produo, por conta da maior disponibilidade de milho e uma eventual estabilidade das cotaes nos mercados internacionais. "Mas pairam duas dvidas que temos que acompanhar: como ficar o clima e se boa parte da safra ser comprometida para o mercado internacional", destacou o diretor da Abipecs.
O clima preocupa e pode mexer com as cotaes do gro. Para
Lima Filho, da
Scot, preciso analisar o desenvolvimento e a situao das lavouras, j que h algumas regies do pas, em especial o Sul e tambm algumas localidades no Centro-Oeste (que so prejudicadas pela estiagem), o que pode atrapalhar a produtividade mdia das lavouras.
Frangos
O setor de frangos tambm est otimista com os custos de produo em 2012. O presidente da empresa de alimentos BRF Brasil Foods, Jos Antonio do Prado Fay,estima que os preos do milho recuem de 3% a 4% no ano. "O cenrio para os preos dos gros ser mais tranquilo em 2012 do que em 2011. Temos estoques de passagem melhores do que os anteriores. A volatilidade, porm, continuar", disse.
Para o diretor de mercados da Unio Brasileira de Avicultura (Ubabef), Ricardo Santin, os preos do milho comearam a baixar, o que acaba melhorando a rentabilidade dos produtores, juntamente com a valorizao do dlar, que favorece as exportaes. "Em 2012, os nveis de
preos do insumo sero melhores do que em 2011, que foi muito especulativo. Em 2012 esperamos menos volatilidade, menos especulaes e a um custo de produo menor", declarou.
J o presidente da Associao Catarinense de Avicultura (Acav), Clever Pirola vila, ressaltou
que a evoluo gentica, novos mtodos de manejo, melhoria do bem-estar animal e a evoluo da sade animal podem minimizar os custos produtivos da avicultura nacional.
Fonte:
Agncia Estado. Por Suzana Inhesta. 4 de janeiro de 2012.
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>