Foto: Scot Consultoria
Foi no estado de São Paulo que a primeira boiada enviada ao Brasil desembarcou, ainda no período colonial.
Os primeiros bovinos a chegarem por aqui foram enviados de Cabo Verde, na África, para a Capitania de São Vicente, litoral do estado, para serem utilizados como força de trabalho nos engenhos de cana-de-açúcar.
De lá para cá, muita coisa mudou.
O estado se desenvolveu e se tornou uma importante praça pecuária! Atualmente, São Paulo possui um rebanho estimado em 10,6 milhões de cabeças, das quais 93,43% destinam-se à produção de carne; é o terceiro maior produtor nacional, ficando atrás do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Cerca de 11% dos abates no Brasil ocorreram no estado de São Paulo em 2019.
A predominância da produção é a pasto, distribuída em 4,9 milhões de hectares. A produção em confinamento também está presente, principalmente na fase de terminação, última etapa da criação de bovinos de corte. O estado detém 17,7% dos bovinos terminados em confinamento no Brasil, cuja estimativa é de 5,2 milhões de cabeças.
A atividade pecuária depende de recursos naturais e por essa razão, não mede esforços para minimizar os impactos ambientais provocados durante o processo de produção.
Com ciência, pesquisa e tecnologia a pecuária se renova a cada ano, adotando boas práticas em sua cadeia produtiva, com iniciativas que asseguram uma produção mais eficiente e cada vez mais sustentável.
Na cidade de Colina, nordeste do estado, a 410 km da capital, foi desenvolvido pela APTA o conceito do Boi 777, que tem foco no aumento da eficiência produtiva e de olho na sustentabilidade. O sistema de produção proposto pelo Boi 777 preconiza que os bovinos alcancem sete arrobas na desmama, sete na recria e outras sete na engorda, promovendo o encurtamento do ciclo de produção.
Diversas ferramentas e tecnologias são aplicadas durante a produção, como recuperação e divisão de pastos, melhorias das aguadas e bebedouros e otimização nutricional, entre outras, e os resultados são positivos em todos os aspectos: redução da idade de abate, incremento do bem-estar animal e melhoria significativa na qualidade da carne.
Somam-se a isso os ganhos em sustentabilidade ambiental e econômica e preservação da biodiversidade e dos ecossistemas locais.
Você sabia, por exemplo, que em pastagens bem manejadas pode-se obter um saldo positivo de carbono? Isso mesmo!
Em pastos saudáveis a absorção do gás é maior do que a emissão. Esse processo é conhecido como “sequestro de carbono”, que é a remoção de gás carbônico da atmosfera, por meio da fotossíntese, ou seja, as pastagens capturam o carbono e lançam o oxigênio na atmosfera.
De acordo com dados da Embrapa, em pastos manejados corretamente, é possível sequestrar mais de três toneladas de gás carbônico por hectare ao ano, aumentando a matéria orgânica no solo, melhorando a fertilidade e a qualidade do pasto, principal alimento do gado.
Ainda sobre alimentação, é importante frisar que as dietas de sistemas intensificados, como no caso do Boi 777, trazem em sua composição grãos e outros alimentos concentrados; mais um fator que contribui para a redução na emissão de GEEs – gases de efeito estufa, esses, vilões do aquecimento global. O uso de dietas mais concentradas, em sistemas de confinamento, encurta o ciclo de produção. Portanto, a emissão de metano por quilo de carne produzida, diminui.
Dietas de melhor qualidade para o gado significam carne de melhor qualidade na sua mesa! As carnes produzidas em sistemas intensificados são mais macias, mais suculentas e muito mais saborosas. Carne de primeira, independente de qual seja o seu corte favorito.
A pecuária do futuro acontece agora!
Apoiados pela ciência e tecnologia de ponta, pecuaristas e demais elos da cadeia de produção de carne bovina, trabalham com foco no alto desempenho produtivo, construindo novos horizontes fundamentados pelo respeito e dedicação à produção sustentável, criando uma corrente do bem onde todos ganham: as pessoas, os animais e o planeta.
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