O mercado de carne bovina, enfim, respirou. Além de ser a segunda semana de alta seguida no atacado, a valorização acumulada nos últimos sete dias há tempos não era vista. Em média, os produtos ficaram 1,63% mais caros.
Além disso, pela primeira vez desde os dois últimos meses de 2016 o preço atual é maior do que o de um mês atrás.
Certamente, a combinação entre a redução recente no volume de boiadas negociadas, menos dias de abate e alguma melhora nas vendas no feriado tornaram o cenário atual possível.
Sem querer ser pessimista nem insistir no discurso de crise, mas é importante pontuar que o comportamento altista foi puxado fortemente pelos cortes de dianteiro, quando o esperado para as altas de começo de mês é a valorização maior da carne de traseiro, de maior valor agregado e maior elasticidade renda.
As margens das indústrias cresceram mais uma vez e estão em 24,3%, dez pontos percentuais acima do registrado há um ano. Para os frigoríficos, apesar da clara dificuldade de se vender e de estarem operando com ociosidade considerável, por enquanto, não há motivo para reclamar em 2017. A diferença entre a receita e o que se paga pela arroba está dois ou três pontos percentuais acima da média histórica.
A arroba em queda vinha ajudando no resultado das indústrias até então e agora foi a vez da carne.
Por fim, o entrave para se pagar mais pela arroba está no giro do estoque. É preciso que o escoamento ocorra mais rápido para que os compradores intensifiquem os negócios com boi gordo, já que fôlego para pagar mais existe.
Ou seja, mais uma vez o consumo tem impacto negativamente nos preços da arroba.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos