O impacto sazonal dos impostos, das compras de materiais escolares e das tradicionais dívidas contraídas no último mês do ano anterior têm derrubado as vendas de carne em janeiro e com elas os preços dos cortes vendidos pelas indústrias.
Em duas semanas, a desvalorização média acumulada é de 2,0%, comportamento puxado pelos cortes de traseiro, que ficaram 2,9% mais baratos no frigorífico. Carne de valor agregado com desvalorização é um movimento altamente relacionado ao comprometimento da renda do consumidor.
As cotações atuais estão 0,5% menores que as de 2017, no mesmo período. É esperado que em 2018, com a recuperação projetada para a economia, esta situação de preços menores que os registrados doze meses antes, que foi tão comum no último ano, se torne cada vez menos frequente.
Para as indústrias, este começo de ano não tem sido tão ruim, já que a queda na demanda resultou em menos pressão de compra de matéria-prima, justamente no momento em que existe alguma facilidade para compor as escalas. Isso, naturalmente, reduziu o preço da arroba nestas semanas. A margem de comercialização de uma operação de abate e desossa está em 22,5%, dentro da média histórica e no mesmo patamar de janeiro de 2017.
Com a segunda quinzena do mês se aproximando, a dificuldade de escoamento deve seguir imprimindo dificuldades para ajustes positivos para a carne bovina e para arroba.
Locução feita por: Janaina Massola.
Análise de: Alex Lopes.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos