O agronegócio continua mantendo resultados positivos na balança comercial brasileira. Somente em junho, o setor exportou US$ 9,13 bilhões e importou US$ 1,06 bilhão, o que resultou em um saldo positivo de US$ 8,07 bilhões na balança comercial do Brasil, segundo dados divulgados na semana passada pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, órgão pertencente ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Em junho, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança do País registrou superávit de US$ 4,527 bilhões, revertendo o resultado negativo de cerca de US$ 2,305 bilhões acumulados até maio. No mês passado, o Brasil exportou US$ 19,628 bilhões e importou US$ 15,101 bilhões.
Tânia Moreira, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), afirma que para se ter uma ideia da representatividade do setor, no primeiro semestre deste ano, o agronegócio representou 45,9% da pauta das exportações brasileiras. De janeiro a junho deste ano, o Brasil exportou US$ 94,33 bilhões. Desse total, US$ 43,26 bilhões são produtos ligados diretamente ao agronegócio. No País, as importações no primeiro semestre somaram US$ 92,107 bilhões, gerando um saldo positivo de US$ 2,222 bilhões.
No mesmo período do ano passado, o País embarcou US$ 110,53 bilhões e o agronegócio US$ 49,11 bilhões. "A movimentação não aumentou neste ano, mas o agronegócio continua mantendo o saldo positivo das exportações", observa Tânia. No primeiro semestre deste ano, o complexo soja (óleo, grão e farelo), representou 50% dos embarques, seguido do complexo carnes (bovinos, suínos e aves), com uma participação de 14,5% na pauta das exportações do agronegócio.
O total exportado em junho no complexo soja alcançou US$ 4,48 bilhões, queda de 3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram embarcados US$ 4,62 bilhões. Mesmo com a redução em valor, a quantidade embarcada de soja em grão no período bateu recorde, chegando a quase 10 milhões de toneladas. Em seguida, aparece o farelo de soja, com US$ 620 milhões e o óleo de soja, que arrecadou US$ 102 milhões.
As exportações de carnes somaram em junho US$ 1,33 bilhão, queda de 6,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A quantidade de carne embarcada registrou no mesmo período um incremento de 17,3%, alcançando a marca de 573 mil toneladas. O principal produto negociado foi a carne de frango, com 389 mil toneladas, somando US$ 677 milhões. A carne bovina ficou na segunda posição com movimentação de US$ 484 milhões, seguido da carne suína (US$ 118 milhões).
Gustavo Aguiar, zootecnista e consultor da Scot Consultoria, afirma que o volume embarcado de carne bovina ainda segue aquém do ideal. A crise política na Venezuela e a redução na compra dos russos reduziram as exportações. Para o segundo semestre, a tendência para as exportações é positiva devido ao aumento do consumo, motivado principalmente pelas festas de final de ano. Aguiar completa que o câmbio ainda segue favorável para as exportações, por isso está otimista em relação aos próximos meses.
Compilado
De acordo com dados do Mapa, de julho de 2014 a junho de 2015, as exportações do agronegócio brasileiro chegaram a US$ 90,90 bilhões, 8,7% menor do que os US$ 99,51 bilhões registrados nos doze meses anteriores. As importações no mesmo período recuaram em 10,2% com um total de US$ 15,34 bilhões, queda de US$ 1,74 bilhão. O saldo da balança comercial no intervalo de 12 meses ficou em US$ 75,56 bilhões.
Fonte: Portal Folha Web, por Ricardo Maia. Publicado em 14/07/2015 - http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--1388-20150714