(São Paulo, 24/08/2015) - A exportação de carne bovina do Brasil não deve ser afetada no curto prazo por uma eventual desaceleração da economia chinesa, prevê Alcides Torres Junior, diretor-fundador da Scot Consultoria. "Não acredito que isso afete os volumes (embarcados), até mesmo porque os nossos produtos são relativamente muito baratos para os chineses", afirmou, em entrevista ao Broadcast Agro.
Nesta segunda-feira, a China passou por nova turbulência financeira e voltou a suscitar dúvidas sobre o seu potencial em movimentar a economia global. Agentes do mercado financeiro esperavam que o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) tomasse novas medidas para suportar a liquidez no mercado acionário e o crescimento econômico, mas a autoridade monetária frustrou expectativas.
Para Torres, o mercado da China continental foi aberto muito recentemente à carne bovina brasileira, de modo que estes problemas devem ter efeito limitado sobre as vendas externas. "Mesmo os efeitos positivos só serão sentidos em 2016, independentemente da crise vigente", afirma. "O planeta não depende do consumo da China em relação à carne bovina", complementa, citando que a situação é mais preocupante para a soja, cuja exportação é mais dependente da demanda chinesa.
O diretor da Scot Consultoria afirma ainda que os embarques de carne de frango também não devem ser prejudicados em grande escala, pois a China deve continuar precisando comprar produtos brasileiros. "A China não é autossuficiente na produção de frango e dificilmente virá a ser nos próximos anos", diz.
Fonte: Agência Estado, por Renato Oselame. Publicado em 24/08/2015.
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