Na sexta-feira (18), o mercado de frango vivo voltou a encerrar a semana com preços firmes em todas as praças de comercialização. Já são duas semanas de cotações estáveis para as principais regiões. Em São Paulo, segundo informações do AviSite, há trinta dias não há mudanças na referência para a praça, com negócios sendo realizados em R$ 2,80/kg.
Em Minas Gerais, que é a praça com maior valor praticado para os independentes, os preços seguem em R$ 2,95 pelo quilo do vivo - segundo dados da Avimig (Associação dos Avicultores de Minas Gerais). No Paraná, a cotação média é de R$ 2,65/kg, enquanto Santa Catarina está em R$ 2,70/kg, assim como no Rio Grande do Sul.
Segundo a analista da Scot Consultoria, Juliana Pila, o mercado está andando de lado há dias e poucas compras são realizadas por parte dos frigoríficos, com o objetivo de não acumular estoques, diante de uma demanda enfraquecida. "Em um ano, os preços na granja e no atacado subiram 16,7% e 11,0%, respectivamente, porém, em igual período o preço do milho aumentou mais de 50,0%. Além disso, as altas da energia elétrica e da mão de obra têm reduzido a margem do avicultor", explica.
Apesar de não ter ocorrido queda nos preços praticados, os atuais patamares estão defasados e existe a necessidade de reajustes positivos para cobrir custos de produção. O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o cenário está assim deste o início do ano.
"Ainda é necessário algum reajuste dos preços ao longo da cadeia, visando mitigar o elevado custo de produção, produto da restrição de oferta de milho no mercado disponível durante o primeiro trimestre do ano", afirma o analista.
Iglesias ainda aponta que o andamento da colheita nas principais regiões produtoras para o milho deve trazer alguma melhora para o setor. Porém, com as exportações para o cereal batendo recordes a cada mês, a disponibilidade interna diminui ainda mais, o que eleva os preços aos produtores.
Além disto, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) vem realizando leilões de milho para atender o setor de proteína animal, que enfrenta fortes altas no valor da saca do cereal e dificuldades para adquirir. Na última quarta-feira (16) foram comercializadas 22 mil toneladas provenientes dos estoques públicos armazenados em Mato Grosso. Segundo informações da Conab, até o momento já foram vendidos mais 487,3 mil t de milho em 11 operações.
IBGE
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou na semana o balanço de abates de frango em 2015, que encerrou o ano passado com recorde. No período foram abatidas 5,79 bilhões de cabeças de frango, aumento de 5,4% em relação ao ano de 2014. A região sul segue como principal região, em que o Paraná lidera o número de abates no país.
Exportações
Ainda nesta semana, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou dados parciais de embarques para a carne de frango in natura, referente até a segunda semana de março. Em volume, as exportações chegam a 149,9 mil toneladas, com uma média diária de 16,7 mil toneladas.
Em comparação aos embarques diários de março de 2015, há um crescimento de 15,6%, enquanto que em relação a fevereiro deste ano, o aumento é de 9,9%. Já em receita, a soma é de US$ 204,8 milhões, com o valor por tonelada em US$ 1.366,8.
Fonte: Notícias Agrícolas. Por Sandy Quintans. 18 de março de 2016.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos