Não é novidade que o mercado do boi gordo tem encontrado sustentação na baixa disponibilidade de animais terminas. Embora o consumo interno tenha reduzido significativamente nos últimos meses, a oferta, ainda melhor, mantém os preços firmes em grande parte das regiões produtoras.
Para abril os analistas não preveem alteração neste cenário, mas a grande preocupação é com o final da safra, em maio, onde uma desova maior de animais possivelmente trará pressão sobre as cotações. Segundo levantamento da Scot Consultoria nos últimos 16 anos houve uma pressão de baixa no período de abril a maio, na ordem de 1,4% no preço do boi gordo em São Paulo.
No entanto, para o analista da Scot Consultoria, Hyberville Neto, "embora a desvalorização seja clássica ela não ocorre com tanta força, reduzindo no pior cenário 3,0% de queda", explica. Assim, são esperadas pressões sobre a arroba, mas que devido à oferta restrita, não terão força para promover quedas significativas.
Outro fator fundamental para esse período é a maior participação das fêmeas no abate. Perdendo apenas para março, maio aparece como o segundo mês onde as fêmeas representam 37,0% dos abates. Neto explica que neste ano a presença desses animais poderá ser menor, por conta do alto custo com a reposição "deveremos ter mais um ano de retenção de fêmeas", completa.
Tipicamente a desova de animais ocorre neste período devido à degradação das pastagens com a entrada de temporada de estiagem. Porém, Neto afirma que as previsões dos institutos meteorológicos indicam que "a seca virá de maneira mais amena para os estados do Centro-Sul, o que permitiria uma distribuição um pouco melhor das vendas", alerta o analista.
Os frigoríficos também acreditam em uma queda de 3,0% a 4,0% entre abril e o início de junho. "Então, sabemos que terá uma pressão em maio, mas é o tamanho dela que estamos colocando em questão", conclui Neto.
Fonte: Notícias Agrícolas. Por Larissa Albuquerque. 11 de abril de 2016.
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