“Em 2016, custos altos da alimentação, inflação generalizada e arroba do boi estabilizada, trouxeram o desânimo”, diz analista da Scot.
Foi bastante movimentado o Encontro de Analistas, evento promovido pela Scot Consultoria, em São Paulo. No foco das discussões, a pecuária de corte. Houve consenso de que 2016 está sendo um ano difícil para o setor e que 2017 vai brotar menos turbulento, porém, o céu não deverá ser ainda de brigadeiro, conforme Hyberville Neto, analista da Scot. “Em 2016, custos altos da alimentação, inflação generalizada e arroba do boi estabilizada, trouxeram o desânimo”, diz. “Já a reposição, seja bezerro ou garrote, em alta nos anos anteriores, cede em 2016 e deverá cair ainda mais em 2017”.
Na área do confinamento, por exemplo, houve queda no volume de bois em 2016. Globo Rural divulgou em sua edição de novembro a expectativa de diminuição de até 15% na engorda intensiva.
Para 2017, uma coisa parece certa: “A oferta de animais deverá ser maior, diferentemente de 2016, caracterizado pela baixa disponibilidade de bois para abate e carne sobrando”, afirma Hyberville. Segundo ele, dispondo mais de gado, os frigoríficos procurarão conter o preço da arroba. A esperança é de um aumento no consumo interno, que caiu neste ano. “Mesmo assim, o crescimento esperado para 2017 não deverá ser confirmado. A economia e a política continuam patinando e um outro fator negativo se configura com a eleição de Donald Trump para presidente dos EUA”, observa o analista.
Um refresco virá com a possível baixa no preço da comida para o gado, principalmente do milho, com as boas safras brasileira e dos EUA. “Particularmente, acredito que está havendo aumento na confiança das famílias, o que se traduz em melhora no consumo de carne”, diz Hyberville. Ele aposta na queda dos preços dos animais de reposição, o que dará fôlego aos pecuaristas incrementando o confinamento.
Outro analista conceituado, o professor Sergio de Zen aconselha o produtor a gerir bem os custos de produção dando foco também no incremento da produtividade. Ele concorda que 2017 será um ano difícil para o pecuarista. Diversos fatores faz o professor acreditar que o preço da arroba não deverá superar os R$ 150, cotação que praticamente pautou os anos de 2015 e o atual.
Link da notícia: http://revistagloborural.globo.com/Colunas/sebastiao-nascimento/noticia/2016/11/2017-nao-sera-um-ano-facil-para-pecuaria-de-corte.html
Autor: Sebastião Nascimento, Globo Rural
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