SCOT: PREÇO DE CARNES E LEITE PODE CAIR EM 2017 COM MENOR CUSTO DE PRODUÇÃO, DIZ MB AGRO
São Paulo, 25/11/2016 - Os preços do milho no mercado doméstico devem ter uma queda significativa em 2017 na comparação com 2016, com a recuperação da produção do cereal na safra 2016/17. “Isso vai trazer para baixo os preços do leite, suínos e outras proteínas”, disse o analista e agrônomo da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, que participa do Encontro de Analistas da Scot Consultoria, em São Paulo. O milho é um dos principais insumos da ração animal.
Barros afirmou que a MB Agro revisou para baixo o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País de 2% para 1% no próximo ano. Um dos motivos é a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, que provocou forte desvalorização no real ante o dólar - a moeda já recuou cerca de 7% desde o último dia 8 de novembro, dia da eleição. Com relação ao PIB da agropecuária, o analista é mais otimista, avaliando que o desempenho "pode surpreender", mas sem projetar número.
Conforme Barros, a mudança no câmbio deve desacelerar a queda da inflação no País e consequentemente o corte das taxas de juros. “O que acontecer no FED (Federal Reserve, banco central dos EUA) nos afeta imediatamente. Se subir lá, sobe aqui”, afirmou. O FED tem sinalizado que vai aumentar as taxas de juros no próximo mês. "O Brasil não vai ter juro real muito abaixo de 5%", garantiu Barros.
Apesar desse imprevisto, a indústria de alimentos deve sair da recessão na frente em relação a outros setores do País, durante o processo de recuperação econômica, avaliou. “O desemprego, por exemplo, é algo que afeta diretamente o consumo de carne bovina”, afirmou. Ele comentou, ainda, que quando esta situação começa a se inverter, o consumo volta primeiro para produtos básicos, como alimentos.
SCOT: COMPRA DE TERRAS POR ESTRANGEIROS DEVE SER AUTORIZADA EM 2017, DIZ MB AGRO
São Paulo, 25/11/2016 - A compra de terras brasileiras por estrangeiros deve ser autorizada em 2017, na opinião do analista e agrônomo da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros. “Vão ter regras. Fundos soberanos, por exemplo, não devem ter aceso”, disse ele, durante o Encontro de Analistas da Scot Consultoria, realizado hoje, em São Paulo.
Barros acrescentou que a mudança na legislação brasileira sobre a compra de terras não deve ter influência significativa para os preços dos ativos. “Apetite tem, movimento e interesse, mas não vamos imaginar também que vai explodir”, afirmou. Ele lembrou que existem atualmente outros fatores influenciando o mercado de terras. Como exemplo ele citou a forte recuperação do setor sucroenergético no interior de São Paulo, “que não é desprezível”.
Durante o debate, Guilherme Belloti de Melo, do Itaú BBA, afirmou que a abertura deve aumentar o nível de liquidez do mercado de terras. Ele ponderou que a percepção que se tinha anteriormente de que a mudança iria estimular empresas e impulsionar os preços está um pouco diferente. “Essa precificação não é mais obvia”, afirmou.
O professor e pesquisador, Sérgio de Zen, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) lembrou, ainda, que a expansão de terras agrícolas no mundo é limitada. “A África seria uma possibilidade, mas lá a questão política é um impeditivo”, disse. Ele ressaltou que, historicamente, quando a produtividade da agropecuária brasileira aumenta, o preço das terras diminui.
SCOT/ABIEC: ABATE DE VACAS NOS EUA NOS PRÓXIMOS 3 MESES DEVE PRESSIONAR DEMANDA POR IMPORTAÇÃO
São Paulo, 25/11/2016 - Os exportadores brasileiros de carne bovina in natura devem ter dificuldade para negociar preços com o recém-aberto mercado dos Estados Unidos. Isso porque, segundo Antônio Jorge Camardelli, presidente da Associação das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec), nos próximos três meses, os norte-americanos devem ter um aumento no número de abate de fêmeas, o que vai aumentar a oferta interna de carne bovina. Com isso, a demanda por importações deve ser pressionada.
Para o representante dos exportadores, o Brasil deve, neste cenário, consolidar o mercado norte-americano entre o segundo semestre de 2017 e o início de 2018. “Nos EUA, vamos patinar até março e a tendência é colocar uma bandeira no país no segundo semestre de 2017 e início de 2018”, afirmou ele, durante o Encontro de Analistas da Scot Consultoria, realizado hoje, em São Paulo. “Tínhamos uma expectativa grande e continuamos tendo”, disse ele, referindo-se ao mercado norte-americano, que foi aberto ao produto nacional no fim de julho deste ano.
SCOT/RADAR INVESTIMENTOS: BAIXA LIQUIDEZ DO MERCADO FUTURO PODE DIFICULTAR TRAVA DE PECUARISTA
São Paulo, 25/11/2016 - A baixa volatilidade do mercado futuro do boi gordo na BM&FBovespa pode pressionar preços e dificultar as programações de hedge de pecuaristas. “O mercado precisa retomar isso, porque se continuar assim, começa uma espiral negativa. Se perdermos essa ferramenta, a pecuária vai dar um grande passo pra trás”, disse o sócio diretor da Radar Investimentos, Leandro Bovo, durante debate no Encontro de Analistas da Scot Consultoria realizado hoje em São Paulo.
Segundo Bovo, que também é membro da câmara consultiva do boi gordo e do milho na BM&F no biênio 2016-2018, essa baixa volatilidade (ou seja, poucos playeres atuando neste mercado) se acentuou no segundo semestre deste ano e ainda permanece, precificando também os contratos com vencimento em 2017, que estão abaixo do patamar de R$ 150. “O volume está diminuindo muito, ainda mais depois do fim de vencimento de outubro, não me lembro de um volume tão baixo”, disse Bovo, que está há 12 anos neste mercado.
Segundo ele, no auge do mercado, em 2008, o vencimento outubro chegou a ter mais de 70 mil contratos. “Hoje a bolsa toda não vai ter mais de cinco mil contratos após o vencimento de novembro (atualmente com cerca de 4 mil contratos)”, disse. Para Bovo, um dos motivos desta baixa volatilidade é estabilidade do mercado físico, que vem trabalhando com a arroba do boi gordo em um patamar de R$ 150 desde setembro. Ele no entanto descartou a possibilidade de um encerramento do mercado futuro do boi, como já aconteceu com o mercado futuro do bezerro.
Na BM&FBovespa, os contratos futuros do boi gordo fecharam em queda na quinta-feira. O vencimento dezembro, com 1.958 negócios, encerrou a R$ R$ 151,18, recuo de R$ 0,52. O vencimento para novembro cedeu R$ 0,25 e encerrou a R$ 150,50, com 237 contratos negociados no dia.
SCOT/JBS: APOSTA CLARA PARA 2017 É DEMANDA POR PRODUTOS DE MAIOR VALOR AGREGADO
São Paulo, 25/11/2016 - Com a incerteza sobre a reação no consumo de carne bovina nos mercados interno e externo, a grande aposta da JBS para 2017 é nos produtos de valor agregado, afirmou há pouco o diretor de Relação com Pecuaristas da JBS, Fábio Dias. “Hoje não temos na mão indicativos de exportação e de mercado interno, o que temos é o de valor agregado. É nisso que estamos sentindo firmeza, tem demanda dentro e fora do País”, afirmou ele, durante debate no Encontro de Analistas da Scot Consultoria. “É clara a tendência da JBS em investir em produtos de valor agregado, foi o que mais cresceu neste ano.” Sobre esses produtos, Dias citou como exemplo as marcas do frigorífico que usam carnes de raças que garantem carne de maior qualidade, como angus.
Para os analistas que participam do debate, a recuperação do consumo doméstico de carne bovina, que caiu significativamente em 2016, ainda é bastante incerta. Além disso, o ritmo das exportações da proteína se desacelerou ao longo do segundo semestre deste ano.
Ainda sobre as perspectivas para o próximo ano, o analista da Scot Consultoria Alex Lopes disse que o mercado pode esperar por mais oferta de bois terminados no Brasil e maior facilidade de compras para frigoríficos. “Ai fica a dúvida sobre o crescimento da demanda”, afirmou.
CARNE BOVINA/ABIEC: CÂMBIO DEVE IMPULSIONAR EXPORTAÇÕES EM 2017
São Paulo, 25/11/2016 - A expectativa de um real mais desvalorizado ante o dólar em 2017 deve garantir melhor desempenho para as exportações brasileiras de carne bovina em relação a este ano. Também para 2016 o resultado deve ficar acima do esperado em função da reação do câmbio, na opinião do presidente da Associação das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec), Antônio Camardelli.
Na projeção da Abiec, o dólar deve estar em um patamar mais competitivo, entre R$ 3,40 e R$ 3,50 em 2017, o que pode sustentar as vendas externas, disse Camardelli a jornalistas durante o Encontro de Analistas da Scot Consultoria, em São Paulo. De janeiro a outubro deste ano, foi exportado 1,187 milhão de toneladas de carne bovina (in natura, industrializada, cortes salgados e miúdos), volume 7,9% superior ao verificado entre janeiro e outubro do ano passado (1,1 milhão de t), segundo dados da Abiec.
A arrecadação nos dez primeiros meses, porém, foi 3,4% menor, na mesma base de comparação, somando US$ 4,637 bilhões. No fim de 2015 a projeção da Abiec era de um crescimento em volume de 25%. Porém, tendo como base o acumulado dos dez primeiros meses, deve-se ficar aquém disso. Um dos motivos foi a valorização do real em boa parte do ano. Para Camardelli, o câmbio em um patamar de R$ 3,20 não é muito competitivo para a indústria frigorífica.
Além disso, alguns mercados reduziram suas compras no período, caso do Egito, que vem retraindo drasticamente as importações desde outubro, por problemas econômicos interno, segundo Camardelli. As exportações de carne in natura para o país norte-africano somaram apenas 6,4 mil toneladas em outubro de 2016, queda de 62%, na comparação anual, conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). A Venezuela também reduziu suas compras, pelo mesmo motivo, principalmente em razão da queda dos preços internacionais do petróleo. A China, por sua vez, mesmo com oscilações no ritmo de compras ao longo do ano, elevou em mais de 100% as aquisições de carne bovina do Brasil este ano.
Ainda sobre a perspectiva positiva para as exportações em 2017, Camardelli citou a abertura de novos mercados internacionais, na esteira dos trabalhos que estão sendo feitos pelo Ministério da Agricultura. Segundo ele, "há um vislumbre" da inclusão dos Estados de Rondônia e do Tocantins no acordo com a União Europeia, mas ele não citou prazos. Em junho deste ano, uma missão técnica com dois integrantes da União Europeia visitou serviços de defesa agropecuária nos Estados do Tocantins e de Rondônia, além do Distrito Federal, para habilitação à exportação de carne bovina in natura aos países do bloco europeu.
Link da notícia: http://institucional.ae.com.br/aebroadcast/broadcastagro
Por: Camila Turtelli, Estadão.
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