Preço do leite ao produtor voltou a subir no país em maio

O preço médio do leite ao produtor voltou a subir no Brasil em maio deste ano refletindo o período de entressafra nos Estados produtores de Sudeste e Centro-Oeste. Levantamento da Scot Consultoria mostra que os produtores do país receberam, em média, R$1,175 por litro pelo leite entregue aos laticínios em abril. O preço é 1,84% maior que o recebido no mês anterior.

Conforme o Índice Scot de Captação de Leite, a captação mensal da matéria-prima, na média nacional, caiu 1,1%, e dados parciais indicam recuo de 0,3% em maio sobre abril. Na região Sul, onde é período de safra, a captação subiu 1,3% em maio sobre abril, segundo a Scot.  O crescimento, contudo, é bem inferior aos 4,6% da mesma época do ano passado.

De acordo com Rafael Ribeiro, analista da Scot, a razão para o avanço menor na captação na região Sul foi o atraso nas pastagens de inverno.

O levantamento mostra ainda que os preços do leite longa vida no mercado paulista começaram a perder força, em função da demanda fraca.  Em maio, o litro do longa vida no atacado paulista ficou em R$2,53 por litro, em média, levemente abaixo dos R$2,54 por litro de abril.  No varejo do Estado, também houve queda, de R$3,40 por litro em abril para R$3,38 por litro.

“Há uma dificuldade de escoamento do produto ao consumidor final. Por isso os preços no atacado e no varejo recuaram mesmo com a queda na produção”, observou o analista.  

Segundo ele, havia expectativa de incremento no consumo de itens como queijos, por exemplo, em decorrência do clima mais frio, o que não se confirmou.  “Nessa mesma época do ano passado a demanda estava mais aquecida”, acrescentou.

Diante da expectativa de aumento na produção de leite no curto prazo e da demanda desaquecida, a maior parte dos 140 laticínios ouvidos pela Scot em sua pesquisa mensal, em 17 Estados, espera manutenção dos preços ao produtor (63,0%) no próximo pagamento.  Dentre os pesquisados, 20,0% acreditam em alta e 17,0% preveem queda.

Embora o mercado esteja menos aquecido que em 2016, o cenário é mais favorável ao produtor este ano, disse Ribeiro. O motivo é a queda nos custos de produção, graças ao recuo dos preços dos grãos usados na alimentação das vacas. De acordo com a Scot, o custo de produção em maio deste ano foi 8,6% menor do que em igual mês de 2016. Isso significa margens mais favoráveis aos produtores.

Por Alda do Amaral Rocha, Valor Econômico.

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