A soma do feriado da semana passada, com a segunda-feira típica de poucos negócios, deixou o mercado do boi gordo com baixa movimentação nesta abertura de semana.
Os preços, na maioria das praças pesquisadas, permaneceram inalterados em relação aos últimos dias. Em São Paulo as ofertas de compra variam de R$128/@ a R$129/@ já descontado o Funrural.
Em Goiânia (GO) a realidade das cotações está entre R$117/@ a R$119/@ a vista, enquanto que no Mato Grosso do Sul os negócios oscilam entre R$119/@ a R$120/@.
"Os três dias de não negociação encurtaram um pouco as escalas dos frigoríficos, mas nada suficiente para que os compradores iniciassem a semana com mais intensidade", diz o analista, Alex Santos Lopes, da Scot Consultoria.
Sem uma demanda que exija maior empenho para comprar, a perspectiva é de mercado pressionado nos próximos meses. As pastagens ainda dão suporte para venda compassada dos animais, porém, quando a seca chegar oficialmente haverá necessidade de entrega, ao passo que os frigoríficos também evitam a formação de estoques diante da demanda patinando.
"Todos os fatores indicam pressão no médio e longo prazo", ressalta Lopes. O fator positivo é que o alongamento das condições dos pastos pulverizou as vendas, portanto, acredita-se que a concentração de animais, embora deva ocorrer, poderá ser menor.
Abates
Os abates de bovinos no primeiro trimestre de 2017 vieram bem próximos aos comparativos anteriores. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), foram abatidos 7,37 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Essa quantidade foi 0,5% menor que a registrada no trimestre imediatamente anterior e 0,7% maior que a apurada no 1º trimestre de 2016.
A novidade é que os dados mostram uma mudança no perfil de abate. A participação de fêmeas cresceu próxima a 5,0%, confirmando a tendência de descarte neste ano.
"Isso é consequência da desvalorização no preço do bezerro que aconteceu em 2016 e vem ocorrendo nesse ano", explica Lopes.
Com o incremento na participação das vacas, os dados mostraram aumento nos abates totais, após dois anos de quedas consecutivas.
Em contrapartida, o abate de machos caiu, sendo influenciados pelos preços pouco atrativos do boi gordo.
Além disso, o analista ressalta que é possível considerar entre as causas a "maior disposição dos frigoríficos em comprar fêmeas no primeiro semestre, que tem um preço mais competitivo", diz.
Por Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
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