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Scot Consultoria

Para onde vai a arroba do boi?


Quarta-feira, 19 de maio de 2021 - 09h00


A pergunta vale US$ 1 milhão para os pecuaristas brasileiros: para onde vai a arroba do boi? Assim como cravar o preço do dólar no dia seguinte, a questão está no grupo das mais complicadas de se responder.

Buscando encontrar respostas e esclarecer o que os produtores poderão ver em termos de tendências e preços, o Portal DBO conversou com quatro analistas de mercado do boi gordo: Lygia Pimentel, CEO da consultoria Agrifatto; Alberto Pessina, CEO da Agromove; Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Cepea/Esalq-USP e Alcides Torres, sócio-diretor e analista de mercado da Scot Consultoria.

Agrifatto

Para a médica veterinária e economista Lygia Pimentel, CEO da consultoria Agrifatto (São Paulo, SP), os preços da arroba do boi continuam sendo sustentados pela baixa oferta de bovinos no mercado.

Para Lygia, a situação continua firme no segundo semestre do ano e deverá dar o tom dos preços, que podem ficar mais altos por conta das exportações e o reaquecimento de economia.

“Estamos pensando que o mercado é mais sustentado do que baixista, ou seja, mais para cima do que para baixo. Conseguimos projetar valores entre R$ 350 a R$ 370. Nesse caso, os R$ 370 não é uma média. Pode ser um intervalo rápido de alcance de preços que bateria e depois voltaria. Imaginamos que os preços de vão ficar entre R$ 350, até porque, acima disso é mais difícil o consumidor pagar”, avalia Lygia.

Agromove

A pressão no curto prazo é de preços baixos, mas tende a mudar, segundo o engenheiro agrônomo Alberto Pessina, CEO da Agromove, startup que ajuda produtores a saber o melhor momento para comprar e vender a produção e insumos.

Para ele, com os custos cada vez mais altos, só mais valorização na arroba para justificar investimentos do confinador.

“No momento o mercado está desincentivado. A gente enxerga que um preço de R$ 345 seria um patamar para estimular esses confinamentos a entrar no sistema e comprar animais, pagando por essa ração cara”, diz Pessina.

Cepea

Apesar da pressão de preços do lado dos custos, com uma possível quebra na produção de milho – o principal insumo para a alimentação dos rebanhos em confinamento – o mercado mostra uma tendência de preços firmes para o próximo semestre, na opinião do economista agroindustrial Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Piracicaba, SP).

“Vamos ter, possivelmente pela oferta, uma sustentação de preços mais fortes. Dito também pelo mercado futuro, que sinalizou cotações ultrapassando os R$ 330 a arroba”, diz Carvalho.

Scot Consultoria

Para o engenheiro agrônomo Alcides Torres, sócio-diretor e analista de mercado da Scot Consultoria  (Bebebouro, SP), os preços da arroba seguem firmes, com perspectivas de um novo recorde de exportação, mas inserido em um mercado interno ainda prejudicado pela crise econômica, agravada pela pandemia.

“Provavelmente a partir de junho ou final de maio, voltemos a um cenário de pouca oferta e aí as cotações da arroba do boi gordo já devem, em plena entressafra, ficarem firmes e subindo. É difícil dizer para quanto, mas nós podemos dizer que é de firmeza mercado de alta de preços, porque a quantidade de gado indo para o abate será pequena”, avalia Torres.

A estrada do boi até aqui

O Portal DBO já relatou preços da arroba beirando os cerca de R$ 330 no mercado futuro. No entanto, em termos de média, pelo principal índice feito no País – o do Indicador do Boi Gordo Cepea/B3 – o teto máximo e histórico chegou a exatos R$ 320, na terceira semana de abril (14/4).

De lá para cá, o preço foi oscilando em altas e baixas, com forte tendência de baixa até fechar, na terça-feira (17/5), em R$ 303,20 –  queda de 5,3% em comparação ao valor registrado em 14 de abril.

Matéria originalmente publicada em:
Para onde vai a arroba do boi?


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