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A suspensão das vendas ao mercado chinês derrubou as exportações brasileiras de carne bovina em outubro. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que o país embarcou 82,2 mil toneladas de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada no mês passado, volume 49,5% menor que o de outubro de 2020. Segundo a AgResource Brasil, esse é o menor volume de exportações desde junho de 2018. A receita dos embarques diminuiu 38,5%, para US$ 424,62 milhões.
Hoje, o embargo chinês completa dois meses. As exportações estão paralisadas desde 4 de setembro, quando o Brasil confirmou dois casos atípicos da doença da “vaca louca”, em Mato Grosso e Minas Gerais. Mas, mesmo com a suspensão, a proteína está hoje mais cara no Brasil do que antes do início do embargo, tanto no atacado quanto no varejo.
Levantamento da Scot Consultoria mostra que, na média que inclui cortes dianteiros e traseiros, os preços no atacado subiram 5,3% em São Paulo, a R$ 33,05 por quilo. No varejo paulista, o aumento foi de 2,7%, a R$ 44,04 por quilo.
De acordo com a prévia da inflação (IPCA-15) de outubro, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a carne estava recuando 0,31% no mês, o que seria a primeira queda desde maio de 2020. Porém, com a chegada do período de pagamento de salários, as cotações voltam a subir, reagindo ao aumento de demanda, afirma a analista Jéssica Olivier, da Scot. O IBGE divulgará o dado consolidado da inflação de outubro no dia 10.
Mas as cotações estão em queda no início da cadeia, atingindo os pecuaristas diretamente. De acordo com a Scot, o preço do boi gordo acumula um recuo de 15,5% desde 4 de setembro, a R$ 258 por arroba, descontados os impostos, a prazo, na quarta-feira. Já o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/ USP) acumulou baixa de 15,9% até ontem, a R$ 256,65.
Matéria originalmente publicada em: Preço da carne bovina sobe no país, mesmo com embargo chinês
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