Foto: Jaelson Lucas/AEN
As cotações do trigo tiveram alívio e trabalharam em queda no mercado externo. “Pressionados pelo clima favorável ao desenvolvimento das lavouras em importantes países produtores, como Estados Unidos e Austrália, e pela desvalorização do milho. Além disso, a expectativa de exportação recorde por parte da Rússia reforçou o movimento de queda nos preços externos”, informa o analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri.
Contudo, apesar da pressão de baixa nas cotações no mercado internacional, no mercado brasileiro as cotações seguiram em alta. “Em junho, os preços atingiram recorde nominal, em meio à entressafra no país, dólar elevado, ritmo de plantio no Rio Grande do Sul aquém e estoques de passagem enxutos. Com relação aos estoques nacionais, estes estão estimados em 188,3 mil toneladas, menor patamar desde 2015”, explica.
No Paraná, no acumulado do mês, houve incremento de 2,2% nas cotações. “A referência está em R$2.210,62 por tonelada, sem o frete (6/7). Com o aumento dos preços, na comparação com junho do ano passado, o cereal está custando 47,1% mais este ano”, destaca o especialista.
Foram semeados 71,4% dos 2,8 milhões de hectares estimados para o país até dia 2 de julho. Na safra passada, nessa mesma época, 86,5% da semeadura fora concluída de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No Rio Grande do Sul, os trabalhos estão atrasados em função da elevada umidade no solo com as chuvas que ocorreram ao longo do mês. “Há regiões no estado onde a ressemeadura foi necessária. Portanto, ao fim de junho, os trabalhos de semeadura alcançaram 60% dos 1,4 milhão de hectares previstos. Decréscimo de 20 pontos percentuais comparado à última safra e à média das últimas cinco temporadas, de acordo com a Emater-RS”, ressalta.
A expectativa de recorde para a safra 2022 foi revisada para cima no começo de julho, com incremento na área e produtividade no país, desse modo, a safra foi estimada em 9,03 milhões de hectares. “Em curto prazo, o viés é de preços firmes apesar do cenário internacional com cotações mais frouxas”, finaliza Fabbri.
Matéria originalmente publicada em: Trigo: estimativa de redução de estoque impulsiona preços no Brasil
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