O secretário de Comércio e Relações Internacionais do MAPA, Luis Rua, palestrou nesta quarta-feira, 9, no ECR da Scot Consultoria. Na ocasião ele abordou temas cruciais sobre o agronegócio brasileiro, trazendo uma visão abrangente da cadeia produtiva.Compartilhou dados e informações macroeconômicas que refletem a relevância do setor, contextualizando a posição do Brasil no cenário global, detalhou os esforços realizados pelo Ministério da Agricultura (MAPA) no que tange ao acesso da carne bovina aos mercados internacionais, e mencionou sua recente participação em uma missão à Ásia, incluindo visitas ao Japão e ao Vietnã.
“Quando a gente fala do nosso agronegócio, nesses 164 bilhões de dólares que a gente exporta, a carne bovina está na terceira colocação, representando 7% de tudo o que o Brasil exporta no setor agropecuário”, afirmou Rua, que também comentou sobre o papel das outras proteínas na balança comercial: “A carne de frango está muito próxima da carne bovina em relação a valor, com 6%, enquanto a carne suína responde por cerca de 2%”, observando que, no total, as três proteínas representam cerca de 15% a 16% de todas as exportações do Brasil. O secretário pontuou também que hoje, “47% da carne bovina brasileira é exportada para a China, e 11% vai para os Estados Unidos”.
“O Brasil entrega estabilidade, o Brasil entrega confiança, o Brasil entrega sanidade, vejam vocês a quantidade de enfermidades que tem pelo mundo hoje: influência aviária na Europa, peste suína africana lá na Ásia, EEB, aftosa e o Brasil é livre de todas essas doenças. A gente consegue estabelecer as condições para acessar os mercados da melhor forma possível sanitariamente falando”, frisou Rua.
Sobre a postura do Brasil frente ao que chamou de “guerra tarifária global”. Ele destacou a importância da ampliação de mercados e a necessidade de o Brasil se posicionar como um promotor da “geopolítica da paz”, ressaltando o papel do país em garantir segurança alimentar, energética e climática para o mundo.
O secretário reconheceu o impacto das tarifas aumentadas, como a dos Estados Unidos, que passaram de 26,4% para 36,4% para a carne bovina brasileira. “Esse aumento pode machucar um pouco. Pode machucar, mas não nos mata”, disse, enfatizando que, apesar disso, o Brasil continua sendo um produtor confiável, com escala, sanidade e competitividade. “O Brasil tem outros 150 e tantos mercados que a gente tem acesso”, concluiu, mostrando que o país tem capacidade de se adaptar e continuar sendo um fornecedor global relevante, mesmo diante das dificuldades.
Matéria originalmente publicada em: Luis Rua discute o papel estratégico do Brasil no agronegócio global durante palestra no ECR da Scot Consultoria
Receba nossos relatórios diários e gratuitos