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Scot Consultoria

Comércio agrícola mantém o Brasil na frente


Quarta-feira, 31 de janeiro de 2007 - 09h49

O Brasil ser o Pas que apresentar o maior crescimento em produo e exportaes no setor agrcola no mundo at 2020. A estimativa da Unio Europia (UE), que j comea a contabilizar o que significaria a longo prazo a abertura de seus mercados agrcolas diante de um eventual acordo da Organizao Mundial do Comrcio (OMC). Segundo clculos feitos por Bruxelas, a liberalizao e uma reforma interna do sistema de subsdios gerariam uma reduo de 25% no nmero de fazendas na Europa nos prximos 15 anos. As projees fazem parte de um levantamento de mais de 250 pginas elaborado por economistas da UE sobre como seria a agricultura europia em 2020 e quais desafios externos e internos sofreria. O cenrio no nada positivo para os europeus, segundo suas prprias avaliaes. Est claro que temos que mudar a forma que atuamos no setor rural. Estamos perdendo competitividade h anos e a concluso do levantamento mostra que no podemos seguir assim, afirmou um funcionrio de alto escalo da UE e que participou da elaborao do estudo. A Poltica Agrcola Comum (PAC) da Europa foi criada nos anos 50 e 60 com o objetivo de reconstruir a capacidade do continente de produzir o suficiente para no depender de importaes para se alimentar. Mas, depois de 40 anos de um apoio milionrio, o mecanismo acabou gerando graves distores. A Europa, por exemplo, se transformou em um dos maiores exportadores de acar do mundo e a produo de vinho se expandiu tanto que parte do produto hoje usado como etanol para alimentar mquinas industriais. De acordo com o estudo, trs fatores devem transformar radicalmente o cenrio europeu at 2020. A presso por cortes de subsdios, eventuais redues de barreiras importao e a competitividade da produo brasileira em vrios setores. Segundo o estudo dos europeus, o crescimento nas exportaes brasileiras no ocorrer graas aos mercados ricos, mas principalmente por causa dos mercados emergentes, como ndia e China. Nos ltimos 30 anos, um bilho de pessoas foram somadas populao mundial, a maioria delas em pases em desenvolvimento. A projeo dos europeus estima que, nos prximos 15 anos, essa populao vai ter renda maior, incrementando seu consumo.As exportaes de soja, acar, frango e carne bovina do Brasil devero aumentar de forma rpida. J no mercado europeu, a falta de competitividade levar a uma queda de 4% por ano no nmero de agricultores at 2020. O resultado ser o fim de um quarto de todas as fazendas hoje existentes na Europa. Reforma Para evitar esse cenrio, os europeus afirmam que esto dispostos a continuar reformando sua agricultura. Ontem, em Bruxelas, os 27 ministros de Agricultura do bloco europeu se reuniram para comear um debate sobre a proposta de corte de subsdios no setor de legumes e frutas. O apoio a esse setor corresponde a 3,1% do oramento agrcola do bloco e chega a US$2 bilhes por ano. A idia de que os subsdios seriam dados sem uma vinculao com o total da produo de cada fazendeiro, para evitar que certas empresas aumentem sua produo apenas para receber mais recursos. Esse fenmeno o que acabou gerando nos ltimos anos um excedente na produo, afetando os mercados globais. O projeto, que deve entrar em vigor em 2008, afetar principalmente a Espanha, Portugal, Grcia e Itlia, que hoje devem se queixar da proposta de corte de ajuda. Nesses pases, o setor de frutas e legumes representa 25% da renda agrcola. Pela proposta de reforma, cada produtor seria obrigado a gastar 20% do que recebe em subsdios para preservar o meio ambiente. Alm disso, os subsdios exportao seriam eliminados. Para completar, a Comisso Europia quer acabar com o mecanismo que permite que um produtor pode ser 100% reembolsado se um produto seu no vendido no supermercado. Pela proposta, receberia apenas 50% do valor do produto. Os produtores somente poderiam receber na ntegra o dinheiro de sua mercadoria se distribussem as frutas e legumes em escolas e instituies pblicas para ajudar a populao a comer melhor. A proposta tambm tem como alvo os grandes supermercados, que controlam entre 70% e 90% da venda de alimentos na Inglaterra, Frana, Alemanha e Holanda. Fonte: O Estado do Paran. 31 de janeiro de 2007.
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