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Scot Consultoria

Conab confirma previsão de safra recorde em 2006/07


Sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007 - 09h57

Condições climáticas altamente favoráveis no Centro-Sul do país, melhoria nas cotações das commodities agrícolas, elevação de 9% na produtividade média nacional e o apoio dos subsídios do governo à produção devem levar o Brasil a colher a melhor safra de grãos da história. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou ontem uma estimativa de 126,48 milhões de toneladas para a atual safra 2006/2007, iniciada em julho do ano passado. Se confirmado, o desempenho das lavouras será 4,7% superior ao registrado em 2005/2006. A recuperação, que também embute reflexos da "corrida do etanol" nos Estados Unidos, resultará num acréscimo de 5,87 milhões de toneladas ao consolidado de 120,77 milhões de toneladas da safra concluída em junho de 2006 - neste quinto levantamento, a Conab reajustou em 831 mil toneladas o total da safra passada em razão da boa performance da safrinha de milho, que se esperava menor por causa da seca. O recorde de produção em 2007 será puxado pela melhora nas lavouras de milho (+12%), algodão (+33%) e soja (+5,4%). A primeira safra de milho deve adicionar 3,8 milhões de toneladas ao resultado. O algodão deve agregar 342 mil toneladas de pluma, e a soja, outras 2,9 milhões de toneladas. Mas o resultado pode ser ainda melhor, segundo o presidente da Conab, Jacinto Ferreira. "Podemos agregar uns 2 milhões de toneladas se o clima continuar bom", disse. A empresa estima uma safrinha de milho de 12,3 milhões de toneladas, mas agentes de mercado já trabalham com 14 milhões. "Também haverá a recuperação da safra de trigo, que caiu 54% na safra passada e deve voltar acima de 4 milhões de toneladas", diz Ferreira. Com a maior safra da história, virão também problemas com a armazenagem da produção. A Conab admite que os gargalos estão concentrados no norte de Mato Grosso e no sul de Pará e do Maranhão. A capacidade de armazenagem do país chega hoje a 122,1 milhões de toneladas espalhadas por 16,4 mil unidades. "O ideal seria ter capacidade estática 20% superior à safra total. Mas não é uma situação alarmante, porque temos soluções como os silos-bolsa para armazenar nas próprias fazendas", pondera a superintendente de Armazenagem, Denise Amaral. Segundo ela, a Argentina usa o sistema para abrigar 40% da produção. Na contramão do crescimento da produção, a área total cultivada no país deve recuar 3,8%, de 47,32 milhões para 45,53 milhões de hectares - ou 1,8 milhão de hectares a menos. As maiores retrações ocorreram nas áreas de trigo (25,6%), soja (7,4%) e milho primeira safra (1,8%). As razões foram as baixas cotações internacionais e problemas climáticos na época da decisão de plantio da safra. Para compensar com folga a queda de área plantada, a produtividade média nacional deve crescer 9% nesta safra, sobretudo nos Estados do Sul (9,2%), Centro-Oeste (11%), além de Tocantins (18,4%), Bahia (15,4%) e Piauí (28,6%). "As chuvas na hora certa e o profissionalismo do produtor, aliado à tecnologia adequada, foram determinantes para o resultado", afirmou Jacinto Ferreira. O presidente da Conab disse que outro fator a contribuir para o crescimento da produção, principalmente da soja e do milho, foi o apoio do governo, via Política de Garantia de Preços Mínimos, aos instrumentos de comercialização. Segundo ele, foram apoiadas 22 milhões de toneladas no ano passado. "Isso deu confiança ao produtor para investir na agricultura e recuperar sua renda", disse Ferreira. Fonte: Valor Econômico. Por Mauro Zanatta, 9 de fevereiro de 2007.
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