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Vinhos - Eficiência Versus Tradição


Segunda-feira, 13 de agosto de 2007 - 10h02

Pressionada pelos baixos preços resultantes da superprodução e da concorrência com os vinhos provenientes do “Novo Mundo” a União Européia quer destruir 200 mil hectares de uvas. A idéia é a redução dos estoques de vinhos de mesa de baixa qualidade, tentando, dessa maneira, evitar outras formas de subsidio que possam receber críticas mais duras dos defensores do livre comércio. Sob efeito da globalização, os preços dos vinhos europeus caíram mais de 25% entre 2004 e 2006. Estudos feitos pela Comissão Européia estimam que a receita em Languedoc-Roussillon, umas das principais regiões vinícolas da França, pode cair 38% nos próximos dois anos. Outras regiões afetadas são Abruzzo, na Itália e Castilla – La – Mancha, na Espanha. A Comissão Européia pretende gastar em torno de 1 billhão de euros no período de 2008 a 2013 para pagar seus produtores para não produzirem. Os vinicultores poderão ser inclusos nas políticas de subsídios no que se refere à manutenção das terras. No entanto, não haverá suporte a destilação para vinhos. A Comissão também pretende beneficiar aqueles que produzirem álcool para bebidas em geral ou uso industrial. Somente a partir de 2014, a União Européia eliminará os controles correntes sobre quantas vinícolas poderão produzir. Produtores tradicionais têm vendido suas propriedades para produtores de vinho de mesa industrial nos últimos anos. Em teoria isso ajuda a recuperação do mercado de vinhos europeu, pois espera-se que os produtores mais eficientes produzam em operações de maior escala, promovendo a competição, em preços, com os rivais estrangeiros. Os Franceses, que têm a produção tradicional do vinho como identidade nacional, consideram a fabricação de vinhos industriais um sacrilégio. Também estão preocupados com que destino dar às terras rochosas e áridas que oferecem poucas alternativas para outras culturas, o que pode devastar economias locais. A União Européia propõe pagar 7mil euros/hectare no primeiro ano do programa. No mercado, já se encontram alguns desses vinhos industriais com embalagens capazes de confundir o europeu que, sem querer, acaba ignorando os sistemas de controle de origem (Appellation d’ Origine Controlée) que informam a proveniência dos vinhos, e que desempenham forte apelo na decisão de compra do consumidor na hora comprar o vinho europeu ou o estrangeiro. Fonte : New York Times
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