O governo brasileiro deve adiar a finalização das negociações formais para o início do comércio efetivo de carne suína com a China.
As indústrias do setor esperavam uma decisão final até março do próximo ano, mas o acordo bilateral deve ser oficializado apenas entre maio e setembro de 2008.
A ratificação do acordo inicial depende de uma reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Cooperação (Cosban), criada em maio de 2004 para tratar das relações bilaterais. Entretanto, está difícil fechar a agenda para a reunião.
As negociações para o comércio de carnes entre os dois países vêm acontecendo há três anos. Em outubro desse ano, um protocolo sanitário bilateral abriu o mercado chinês à carne bovina cozida do Acre, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina. Mas a situação da carne suína e de frangos segue indefinida.
Divergências da área técnica do Ministério da Agricultura (Mapa) também atrasaram o acordo para suínos. Os chineses exigem reciprocidade comercial, porque também querem vender miúdos de suínos ao Brasil. Contudo veterinários brasileiros temem importar doenças asiáticas, sobretudo a "orelha azul", já que na China eles adotam o conceito de "zonificação", não-reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Como precaução, o Brasil previu no protocolo preliminar do acordo três etapas de inspeção ao produto chinês: dos sistemas de saúde animal, de saúde pública e de habilitação de plantas industriais de abate de suínos. Assim, caso haja alguma ameaça de doença, será possível "travar" a importação do produto asiático.
Fonte: Valor Econômico. Adaptado pela Scot Consultoria. 6 de dezembro de 2007.
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>